Em uma rua qualquer. - Oi, Jean! Tudo bem? - Oi... Tudo... Tudo... E contigo? - Também! - Que legal te encontrar! - Ah, é? - Claro! Adoro o que tu escreves no Facebook... Mensagens lindas... Tornei-me tua fã! - Que bom... - Precisava te dizer isso... Vivo na tua página lendo as mensagens... Gosto muito quando falas de amor... Tem sentimento, tem alma o que escreves... - Tá bom! É de lá que nos conhecemos, então? - De lá, o quê? - Do Facebook que nos conhecemos... - Sim! Sim! Nós tornamos amigos no começo do mês, não lembra? Sou sua amiga 1888... Isadora... - Ah, sim... Claro! - Vivo curtindo e partilhando as tuas frases com as minhas amigas... E, também, dando uma olhadinha no teu álbum de fotos para ver se não colocaste algo novo... - Sei... - Eu me sinto como uma amiga íntima tua, afinal, sei tudo que fazes, o que gostas, onde trabalhas, onde se diverte, com quem andas... - Sei... - É legal conhecer uma pessoa, assim... Primeiro pelo que ela pensa... Pelo intelecto... Pela inteligência... E, também, porque não, pela sensibilidade... - Deve ser... - Deixa a pessoa muito mais interessante... Atrai mais... É o teu caso... - Sei... - Sei lá... Desperta... Sabe? - Sei... - E, confesso que, pessoalmente, tu és mais bonito, também! - Obrigado! - Então... - Pois é... - A última mensagem no “Em que estás a pensar” estava muito boa... - Ah tá! - Não sei de onde tu tiras tantas ideias! - Pois é... - É uma atrás da outra... - Pois é... - Então... - Vou lá, ok? - Certo, Seu Jean! Prazer em conhecê-lo pessoalmente... Não apenas no mundo virtual... - Pois é... Também! - Fui! Tchau! - Tchau! Fim da conversa. Jean sai para um lado e Isadora para o outro, reclamando para si mesma: “Eu não acredito! Como pude me enganar tanto! O cara é um chato monossilábico! Quem não vê cara, não vê coração mesmo. Já diz o ditado!”. E corre para frente do computador para remover a amizade...
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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