- Alô! - Alô! É do escritório de contabilidade? - Sim! - Com quem eu falo? - Maciel! - Bom dia, Maciel! Aqui é o Paulo, tudo bem? - Oh, Seu Paulo! Tudo bem, sim! E com o senhor? - Mais ou menos. Estou com um problema para tirar uma certidão negativa para a empresa e queria ver se tu podes me ajudar. Deixa eu te contar a história para entenderes... Paulo começou a contar em detalhes o problema. Foram quatro minutos e 27 segundos até a primeira interrupção de Maciel... - Entendi... - Bom! Daí, eu procurei a Caixa Federal. Lá, eles me disseram... Mais dois minutos e quarenta segundos se seguiram de esclarecimentos até o novo corte na conversa realizado por Maciel, que apenas ouvia tudo em silêncio... - Aham! - Pois é, Maciel! Pelo site da Receita Federal... Decorrido mais um minuto de explicação sobre o problema, a ligação acabou “caindo”. Quatro tentativas depois, Paulo conseguiu restabelecer o contato. - Alô! - Alô! - Esses telefones estão uma droga! - Pois é, Seu Paulo... - Mas como eu estava te contando Maciel... Mais três minutos ao telefone elucidando o problema. Em meio ao desenrolar da história contada por Paulo, Maciel apenas soltou alguns grunhidos, sempre repetidos: - Uhum! Ao fim de mais de dez minutos ao telefone narrando as dificuldades, com explicações nos mínimos detalhes sobre o assunto, a conversa entre Paulo e Maciel caminhou para o “grand finale”: - Esse é o meu problema! - Aham! - Entendeu todo o rolo, Maciel? - Entendi sim! - Ótimo! Como podes me ajudar a resolver? Silêncio. Depois de alguns segundos, marcados por ansiedade e expectativa por parte do Paulo, Maciel em tom sóbrio e um tanto desinteressado, respondeu: - Bom! Eu não sei como lhe ajudar, Seu Paulo. Isso não é comigo. Mas, eu vou passar a ligação para a minha chefa e daí o senhor conta toda essa história para ela que vocês encontrarão uma solução, Ok? E antes que Paulo tecesse qualquer comentário ofensivo, Maciel repassou a ligação...
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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