Os recursos naturais e culturais existentes no município de Ubatuba são as fontes que atraem os visitantes. Preservá-los é a condição essencial para o êxito do desenvolvimento turístico. Pensando em fazer de Ubatuba um município essencialmente turístico, quando falo em preservação não estou querendo que se proíba a utilização dos recursos naturais, mas sim o seu uso dentro de critérios urbanísticos e arquitetônicos que possibilitem uma expansão que leve em conta a capacidade de carga do ecossistema envolvido. É evidente que estou falando de áreas ainda não urbanizadas (sem infra-estrutura e/ou serviços urbanos). As áreas já urbanizadas e sem ocupação deverão sofrer uma reavaliação, por técnicos, levando-se em conta o seu entorno, para que não sejam empecilhos ao desenvolvimento pretendido. Para melhorar as condições turísticas das áreas ocupadas proponho a execução de planos de tratamento e revitalização envolvendo a comunidade, que serão mais bem assimilados pelos proprietários se lhes forem dados incentivos fiscais na adoção (comprovada) desses planos públicos. Com relação a cultura caiçara, deve ser feito um trabalho de resgate, documentação e divulgação, com a coordenação da Fundart - Fundação de Arte e Cultura de Ubatuba, envolvendo todas as secretarias municipais. Para que tudo de certo é indispensável que a Câmara Municipal dê o suporte necessário, adequando a legislação ou até fazendo novas leis e o Executivo seja severo na execução da legislação. Juntos, o Legislativo e o Executivo terão que tomar as medidas necessárias para, realmente, tornarem Ubatuba um município onde o turismo seja levado a sério. Até lá continuaremos convivendo com as coisas absurdas que acontecem por aqui. Empreendimentos como o que está sendo edificado no morro Curuçá, conhecido como o morro da Prainha, só vem causar estranheza uma vez que apesar da agressão gritante ao meio ambiente não se ouviu um pio dos ecologistas de plantão. Mais estranheza nos causa o show nele realizado na segunda-feira, 24, sendo que no domingo (23), em conversa com o secretário de Arquitetura e Urbanismo, arquiteto Sidney Hipólito Giraud Souto, o mesmo afirmou categoricamente que o local não tinha as condições mínimas de segurança. Show realizado, população do Perequê-Açú e parte do Taquaral sendo obrigada a permanecer acordada, pois a altura do som as impediu de dormir, ficou a esperança para a população que mora no centro que no próximo show, as condições atmosféricas sejam idênticas e ela não tenha que, também, ficar acordada. A maioria da população de Ubatuba deseja para o município a implantação de um turismo ordenado que a beneficie com a geração de renda e empregos, sem a degradação do meio ambiente. É necessária gente preparada para que o município seja colocado no rumo correto e alcance o desenvolvimento que merece.
Nota do Editor: Luiz Roberto de Moura é engenheiro civil e consultor de informática. Iniciou no jornalismo em 1970 como colaborador da Folha da Baixada. Na administração pública, em Ubatuba, dirigiu várias secretarias municipais. É o responsável pelo UbaWeb - O Portal de Ubatuba.
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