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COLUNISTA
Sidney Borges
14/03/2006 - 10h01
Ubatubanas
 
 

Vá tomar banho é uma afirmação imperativa. Busca remeter alguém a um ato prazeroso.

Bem, pelo menos eu penso dessa forma, gosto dos banhos, sejam eles de mar, piscina ou chuveiro.

Nem sempre foi assim no Brasil. Mesmo porque o chuveiro elétrico é coisa recente, bem como o banheiro interno. Antigamente ia-se à casinha, que era o banheiro, literalmente uma casinha separada do corpo principal da casa.

Na época do Império os banhos eram considerados aviltamento. D. João VI, com uma ferida na perna, agravada por estar sob os restos de uma meia semi-apodrecida, recebeu ordens médicas de banhar-se.

Que ultraje! Foi a resposta complementada pela exclamação: no fim do ano talvez!

Os imigrantes europeus que aqui aportaram para substituir os negros na lavoura, também não eram chegados à higiene pessoal.

Banho só aos sábados, nos dias restantes quando muito se lavava o rosto e os pés. Os franceses inventaram uma boa forma de camuflar odores corpóreos. Perfumes.

Perucas empoadas e perfumes. Até hoje preferem os perfumes aos banhos.

Dos costumes ancestrais ficou a ofensa no envio de alguém aos banhos. Vá tomar banho é um xingamento! Equivale em intensidade de afronta ao mencionar de certa parte do corpo das mães.

Os índios gostavam de banhar-se e também tinham mais consciência corporal.

Vestiam-se de acordo com o clima, isto é andavam nus. No calor dos trópicos é a melhor roupa.

Foi a cultura que acabou prevalecendo. Hoje os civilizados usam pouca roupa e tomam banho.

Em tese, há muitos que ainda preferem o comportamento felino, isto é, lavam apenas as mãos e o rosto.

Em Ubatuba, há além da proximidade do mar, a influência indígena.

As pessoas se acostumaram aos banhos, embora um caiçara autêntico, o Zé Bode Véio, afirmasse que nunca tomou um banho na vida.

Era percebido na cidade quando estava na praia das Toninhas e o vento soprando do Sul. Desapareceu após tomar um litro e meio de Ubatubana e dormir na areia. Teria sido recolhido pelo caminhão de lixo, transformado em adubo e exportado para o Canadá.

Foi o fim do acordo Brasil-Canadá de intercâmbio de fertilizantes. O fato é que após o desaparecimento de Bode Véio morreu parte da lavoura do país do norte. Há quem culpe a Ubatubana pelo feito. Outros dizem que foi excesso de azul-marinho com coentro.


Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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