Domingo de sol em Ubatuba. Sol e brisa, combinação agradável. Na semana passada estive no Nordeste a trabalho. Fiquei impressionado com a beleza dos aeroportos, a Infraero investiu pesado em modernização. Fortaleza, Recife e Salvador são portas de entrada de turistas europeus, americanos e asiáticos, fonte de divisas importantes para o desenvolvimento do país. Diz o povo que a primeira impressão é a que fica. Quem chega a Recife gosta. A arquitetura do aeroporto lembra as obras de Sir Norman Foster com uma pitada de Frank Gehry, do Guggenheim de Bilbao. O museu de titânio causa impacto. Mudou o panorama da cidade que, por ser industrial, quase não recebia turistas. Hoje é um dos polos mais visitados da Espanha. Viajar é bom, areja o espírito e abre perspectivas. Conversei com um jovem executivo no avião de ida para Fortaleza. Diretor de um grande hospital de São Paulo. Viajava com a esposa. Uma semana na praia para recarregar as baterias. Perguntei por que Fortaleza e não Ubatuba. A resposta me deixou pensativo. Ele me disse que quando viaja ao Nordeste tem garantia de bom tempo, bons restaurantes, lugares típicos para visitar e hotéis de qualidade. E disse mais, hoje ir ao Nordeste é mais barato do que viajar ao litoral norte de São Paulo. A conversa parou por aí, o sinal de pouso iminente fez com que cada um cuidasse de seus pertences e não voltamos a falar. Eis um bom tema para as autoridades em turismo de Ubatuba. Como atrair turistas que tragam divisas? Tenho como certo que o transporte aéreo deve ser implementado. Imagino um viajante europeu chegando em Guarulhos depois de dez ou doze horas de viagem e tendo de enfrentar mais quatro ou cinco hora de ônibus para chegar a Ubatuba. Ele vai preferir um vôo direto para o Nordeste. A vida nas grandes cidades é hoje sinônimo de muito trabalho, quando acontecem as férias não há um minuto a ser desperdiçado. Ubatuba tinha um perfil de cidade cult, charmosa, elegante. Más administrações, plenas de amadorismo e politicagem primária transformaram a cidade. Hoje os turistas que nos visitam têm baixo poder aquisitivo. Enfim, o que estou escrevendo não é novidade, mas acredito que constatar o que há de errado é um começo. Um dia as coisas mudarão, temo apenas não estar no planeta para ver. Viajei fazendo palestras sobre Educação. Tema: "a Física e o Enem". Platéias lotadas, diretores e professores das maiores escolas do Nordeste presentes. Agora vou a Brasília, Belo Horizonte, Rio e Porto Alegre. É a vida, trabalhar é preciso...
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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