A temperatura está alta. Poucas vezes senti tanto calor como nos últimos dias. Também é impossível ignorar o aumento da temperatura política. Nos dias carnavalescos recebi alguns documentos que supostamente mostram irregularidades fundiárias, que como eu já disse, é eufemismo para grilagem de terras. Como atingem pessoas que ocupam cargos de relevância na cidade, e como Direito não é exatamente a minha praia, solicitei ajuda. Pedi que alguns amigos advogados examinassem o material. Eles foram unânimes. Não há nada de irregular nos documentos. São práticas comuns em Ubatuba que se não constituem base para uma ação acusatória carregam um viés ético passível de discussão. Homens públicos devem cuidar da imagem cem por cento do tempo. Por outro lado, a ação protocolada na Câmara, que pede a cassação do Prefeito, não deve causar tanta celeuma. Se nada há de relevante, será arquivada. Se houve dolo, o autor é passível de interpelação. O que não pode haver é uma tempestade em copo d’água, o que os ingleses chamam de overreaction, que parece estar tomando forma. É preciso calma. A verdade é soberana, como dizia minha sábia avó, cedo ou tarde todos acabam sabendo de tudo da vida de todo mundo.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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