O jornalista Sidney Borges esclarece tópicos abordados em matéria assinada por Jairo dos Santos e Edílson Felix
Sobre o texto publicado (O relatório final da "CPI") que faz referência à entrevista do Dr. Ricardo Cortes, tenho alguns esclarecimentos. O Ubatuba Víbora publica "releases" da Prefeitura e da Câmara Municipal. Para o leitor que não está familiarizado com o jargão jornalístico o dicionário Aurélio informa: Release é notícia distribuída à imprensa, ao rádio, à TV, etc., para divulgação gratuita. Quando a notícia é proveniente da prefeitura recebe a assinatura PMU, em azul, sendo da câmara é grifada ASCOM, também em azul. Caso o leitor queira confirmar, os arquivos deste blog (Ubatuba Víbora) são públicos e estão à disposição, bastando acessar. Devo deixar claro que continuarei com essa prática, que julgo ser de utilidade pública. Não existe vínculo comercial entre este blog (Ubatuba Víbora) e a prefeitura. Afirmar que o blog trabalha como assessoria de imprensa, ainda que nas entrelinhas, é fugir da verdade, não procede. Já que o assunto são os "releases", vamos falar um pouco de quem os envia. Costumam ser produzidos por assessorias de imprensa (há casos em que advogados o fazem) e têm como finalidade divulgação. A assessoria da Prefeitura mostra o que vai pelas secretarias, o que acontece no âmbito do Executivo. A da Câmara conta como são desenvolvidos os trabalhos dos vereadores. É óbvio que o relatório de uma CPI é de interesse da cidade, foi produzido para esclarecer um acontecimento da maior gravidade e deveria ser de conhecimento geral. Deve ser ressaltado que um documento dessa natureza não é matéria para ser garimpada por um repórter. Quando perguntei ao advogado Marcelo Mungioli se haveria algum fato jornalístico relevante no relatório final da CPI ele afirmou que sim e que eu deveria esperar a divulgação. Tentei obter algo mais, talvez um furo, ele negou peremptoriamente, no que agiu bem. Antes de o relatório ser apresentado aos vereadores e ao público não deveria ter o conteúdo devassado. Não sei quem escreveu o texto que foi publicado ontem e que traz o seguinte parágrafo: "Queremos entender que a intenção do repórter não seja a de desacreditar esta CPI..." Que fique claro que nunca houve tal cogitação, como eu poderia tentar desacreditar o que desconhecia, já que não me foram dadas informações. Volto a insistir, eu perguntei sobre o relatório mais de uma vez. Pediram que aguardasse. Tentar mudar a realidade não é a minha praia. Atenho-me aos fatos. Apenas a eles. Não quero cometer erros primários, como os que tenho visto. Dou um exemplo. Em matéria publicada em jornal natimorto, alguém afirmou recentemente que a eleição da mesa da Câmara seria na última sessão de dezembro e que o senhor Edílson Félix teria chance de vitória. A previsão "wishful thinking" mobilizou os vereadores. A eleição foi antecipada e o resultado é conhecido. "Oito a dois". Esperteza demais. Em certos casos atrapalha. O jornal ValeParaibano publicou ontem uma matéria assinada por Salim Burihan com o texto: "O prefeito afirmou ontem a tarde que poderá mover uma ação contra Santos por ele ter incluído seu nome no relatório". Eu não inventei isso, está publicado. Segundo o entendimento de Eduardo César, houve intenção política de atingi-lo. É sabido que ninguém sai por aí processando as pessoas por divertimento. De qualquer forma o relatório vai mudar. Consultei vereadores em número suficiente para afirmar que o texto atual será rejeitado. Nada mais a acrescentar.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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