Continuo sem entender direito os acontecimentos que cercam José Dirceu, embora para mim, alguém que simplesmente cumprimente Waldomiro Diniz já mereça desconfiança. Vou explicar melhor. Quem me fez inflexível foram as matinées. Nasci numa época em que os homens justos venciam para casar com a mocinha, que se chamava Nancy. Meus heróis eram Hopalong Cassidy, Gene Autry, Roy Rogers e os vilões, além dos índios, eram tipos que bebiam, fumavam e freqüentavam más companhias. O deputado José Dirceu, apesar do sorriso superior, é um bom moço, mas não faria parte da galeria de heróis da minha infância. Eles não tinham amigos sinistros como Delúbio Soares, que poderia fazer sucesso nos filmes de Bela Lugosi. Dirceu deveria saber que é no saloon que se conhece o caráter de um homem. Waldomiro Diniz jamais pediu leite, preferia gin e Dirceu nunca notou. Hoje, em Brasília, poderá ser assada a maior pizza de todos os tempos. Caso saia livre, amanhã Dirceu exibirá o sorriso simpático que o tornou campeão de popularidade. Na eleição de 2006 é que a coisa vai pegar. O povo dirá o que pensa de tudo isso. Dará o veredicto para Dirceu e sua troupe. De qualquer forma, saindo livre ou não, Dirceu pode tirar o cavalinho da chuva. Nunca será o piloto. Seu tempo acabou.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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