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COLUNISTA
Sidney Borges
31/05/2004 - 10h14
Boxe
 
 

Na noite da luta do século, uma das inúmeras lutas de boxe assim denominadas, havia pouco interesse no Brasil. Ela não seria transmitida pela televisão nem tampouco pelo rádio.

Quem quisesse saber o resultado teria de esperar os jornais do dia seguinte. Naquela noite, mais de cem países assistiram aos oito minutos em que Marvin "Marvelous" Hagler colocou Thomas Hearns para dormir.

No século XX, aconteceram outras lutas do século, lembro-me quando Muhammad Ali foi derrubado por Joe Frazier.

Aquela foi mais do que uma luta de boxe. Estava em jogo o bem contra o mal, o justo contra o injusto, a verdade contra o embuste do american way of life, empurrado goela abaixo do mundo. Venceu o mal.

Naquela noite quase não consegui dormir, todas as coisas nas quais eu acreditava, minhas convicções políticas, eu havia simbolicamente depositado nos punhos de Ali. Como eu, milhões de pessoas em todo o mundo viram o negro Frazier fazer papel de branco. De branco sem escrúpulos, de branco escravocrata, intervencionista, racista. De branco da Ku Klux Klan.

Quando Ali tomou aquela patada no queixo e desabou, caiu junto o sonho de milhões, que como eu, cultivavam a utopia libertária, queriam um mundo mais humano.

Venceram os que apoiavam a guerra do Vietnã, o apartheid na África do Sul, as ditaduras na América Latina. Venceram os que iriam apoiar Pinochet no Chile e Videla na Argentina, venceram os bandidos.

Como todo garoto criado nas matinês, eu acreditava que o mocinho sempre venceria, ficando com a mocinha até um deles ter o mal de Alzheimer.

Foi uma grande decepção.

Mas voltando ao confronto Hagler versus Hearns, esperei que a televisão encerrasse as transmissões em vão. Nem uma notinha falando da luta.

Acabei sabendo do resultado pelo teletipo da rede Globo, na praça Marechal Deodoro. A notícia chegou às três horas da manhã.

Hagler venceu e convenceu, depois perderia o título para Sugar Ray Leonard que venceu e a mim não convenceu.

As lutas de pesos médios são sempre interessantes, Hagler, Duran, Sugar Ray Leonard e Thomas Hearns foram pugilistas magníficos, embora eu tenha em mente que o maior de todos foi Monzon.

Nunca haverá outro como ele.


Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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