Quando empunhei cartazes contra a ditadura, estava sendo sincero. Detesto ditaduras. Acredito que ainda temos muito para evoluir, mas se eu tivesse que viver fora do Brasil escolheria Londres, Paris, Barcelona ou Nova Iorque, pela ordem. Lugares onde há liberdade. A ditadura impedia o acesso ao processo cultural, tentava impingir valores questionáveis e tolhia a livre expressão. Censura é sinal de falta de argumentos. É preciso deixar claro que apesar de ter lutado contra a ditadura e ter inclusive experimentado alguns dias de gentil hospedagem no DOPS, eu jamais cogitei a troca de uma ditadura por outra. A ditadura do proletariado, que abomino com todas as forças do meu ser e que muitos querem implantar no Brasil. É exatamente por essa razão que logo após o fim da ditadura, fiel aos meus princípios libertários, nunca me filiei a qualquer corrente que tivesse ranço totalitário. Lutarei até a morte se preciso for pela democracia. É ruim, mas sem ela Lula jamais seria presidente do Brasil. Na Cuba tão cantada por José Dirceu, nosso presidente teria de viver modestamente como torneiro mecânico, ele que não gosta de muito estudo. Fazer caixa dois com o dinheiro do povo não é honesto, principalmente se a finalidade, como dizem as entrelinhas, era implantar o socialismo no Brasil. Onde está escrito socialismo, entenda-se como eufemismo para ditadura do proletariado. Jamais conseguirão. Antes do socialismo precisamos de um choque de capitalismo, como dizia Mário Covas.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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