Uma campanha publicitária dos anos da década de 1970 não me sai da cabeça. "Não faça do seu carro uma arma; a vítima pode ser você". Deve ser o bombardeio sobre o referendo. Tantos argumentos pró e contra, longe de esclarecer aumentam a dúvida. O questionamento refere-se às armas compradas em lojas, com nota fiscal, garantia e impostos. Contrabando não entra na discussão, é de se supor que não haverá tal prática. O governo vai cuidar disso. Com a quase certeza da futura proibição, fico feliz ao saber que se um pau-de-fogo me for apontado, terei o direito de perguntar: - Essa arma é legal? Tem nota fiscal? Foi comprada antes do referendo? No caso de resposta negativa ou de não resposta, poderei continuar: - Saiba que portar armas é crime e poderá resultar em processo. Certamente os argumentos terão eficácia e o malfeitor irá embora desapontado. A aprovação do referendo terá uma grande repercussão internacional, podendo redundar em indicação para o Premio Nobel. De qualquer forma é um passo na direção de uma sociedade menos violenta. Também seria bom promulgar a "Lei-Seca", nos moldes do que fizeram os americanos em 1920. Melhorar o ensino não seria de todo mau, acabar com as desigualdades provenientes de uma indecente distribuição de renda ajudaria. Mas de qualquer forma é um começo. Já os dez milhões de empregos... Melhor deixar pra lá. * Texto do cartão de visita do "Paladino do Oeste"
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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