Os leitores que me acompanham sabem o que penso da CPI do Banestado. Para mim nunca fez sentido a instalação de tal foro. Explico melhor. Como alguém iria investigar e propor punição a si próprio, seus amigos e familiares? Na ocasião escrevi diversos artigos tocando no assunto, alguns publicados, a maioria rejeitados. Em todos usei um bordão ao estilo Boris Casoy. "Se a CPI do Banestado apontar os culpados pela evasão de divisas, o Brasil entra em guerra civil". Naquele momento quem prestasse atenção ao desenrolar dos acontecimentos veria que a pizza tomava forma. Todos calaram. A imprensa calou. Num dos artigos, publicado no site "Observatório da Imprensa", eu disse que caso estivesse à testa de alguma publicação destacaria a melhor equipe para acompanhar as investigações. Nunca houve uma oportunidade igual para mostrar como o estado brasileiro é lesado pelos que estão no poder. Todos, sem distinção. Se fosse feita uma comparação entre os bens dos políticos e o dinheiro que receberam legalmente em suas vidas profissionais, poucos escapariam de condenação. Quem poderia esclarecer muita coisa seria o doleiro Toninho da Barcelona. Homem marcado para morrer. A tropa de choque do PT quer impedir a todo custo que ele vá depor na CPI. O PT é contraditório. Na frente das câmeras seus membros afirmam que querem esclarecer tudo. Nos bastidores lutam arduamente para que nada seja esclarecido. Um dia a ficha de José Dirceu poderá cair. Poderá, embora nada indique que vá. No entanto, se isso acontecesse, ele veria que sua vida política acabou. Perdido por perdido restaria uma saída honrosa. Um mea-culpa retumbante. Dirceu contaria a verdade. Pela primeira vez na história um político falando a verdade. Não sobraria pedra sobre pedra na "República dos Bananas". Isso nunca acontecerá. Falta grandeza aos personagens. Ratos.