Nos meios mais politizados da cidade circula o boato da ida do prefeito Eduardo César para o PSDB. Já se falou anteriormente no PT. Em Ubatuba há um frenesi imediatista. Aqui as coisas acontecem num abrir e fechar de olhos. Exemplifico. Quem não se lembra do acidente que vitimou uma senhora na entrada da cidade? Esposa de um mecânico ilustre. Foi uma fatalidade. O acidente - atropelamento por uma moto - aconteceu logo depois do trevo. Sem nem saber dos detalhes, no outro dia o poder público instalou no local um redutor de velocidade. Absurdo. Felizmente a razão prevaleceu e o artefato foi retirado. Só serviu para irritar os moradores. O boato que está em voga padece do costume local - deixa comigo que eu faço, depois penso - e tem origem na crise nacional. O PL está em má fase, seu presidente renunciou ao mandato para evitar a perda dos direitos políticos. Isso é fato, entretanto até agora a crise não respingou na cidade. Aqui o PL está criando uma referência como partido de centro. Na verdade, todos os partidos estão sendo redesenhados. O PT mudou a face da política brasileira, literalmente, sem duplo-sentido. Por outro lado o governador Geraldo Alckmin tem dado notória atenção ao Litoral Norte, especialmente à Ubatuba. Nos altos escalões tucanos está começando a batalha para ver quem vai enfrentar Lula em 2006, se o panorama não for alterado por um processo de impeachment. Alckmin é forte candidato. É natural que queira ter as forças regionais ao seu lado. No entanto, como sempre me disseram, em Ubatuba tudo é diferente. Coisa de última cidade, fim de linha. Logo ali já é outro estado. Rio de Janeiro. O PSDB local está em plena efervescência. Existe uma notória luta para controlar o partido. Três grupos querem as batatas. Há o pessoal do Itaguá, com a participação ativa do candidato derrotado Pedro Tuzino. Ao lado dele, empresários que desejam ardentemente controlar o setor turístico da cidade. Tem a turma do vereador Charles Medeiros, que não parece disposto a ser atropelado por decisões vindas de cima e que trabalha bastante para se firmar na preferência popular. Existe um terceiro grupo correndo por fora. Figuras conhecidas. São anti-Tuzino. Não admitem a repetição do passado. Querem algo novo, embora não descartem Charles. Ativos, estão crescendo em número. Não cabe julgar as facções que pugnam pela supremacia tucana. A luta é natural, previsível, limpa e está sendo travada dentro da legalidade. O que não faz sentido é colocar o Prefeito dentro desse contexto. Para quê? Enfim, cada cabeça uma sentença, as decisões são individuais. O que me parece é que esse troca-troca partidário serve para que alguns se iludam e imaginem que poderão ter o que nunca tiveram. Popularidade. Mesmo porque, boa parte dos neotucanos não tem perfil ideológico para militar no partido. Na verdade não tem perfil ideológico. Nem sabem o que é isso. O Brasil precisa urgentemente de uma reforma política.