Nos círculos politizados da cidade, ou melhor, nos círculos que gravitam em torno da política municipal, onde nem todos entendem o significado real do termo política, discutem-se possíveis candidaturas ubatubenses à Assembléia Legislativa do Estado. Por enquanto há dois nomes certos, o vereador Ricardo Cortes, do PV, e o ex-prefeito Paulo Ramos, do PFL, que está em busca de uma legenda menos concorrida. Para se eleger pelo PFL o candidato precisa ter perto de cem mil votos. Ubatuba tem menos de cinqüenta mil eleitores. Paulo chegou a flertar com o PV, legenda mais favorável, que exige pouco menos de quarenta mil votos. Não deu certo. Falou-se também da possibilidade de Charles Medeiros sair em dobradinha com presidente nacional do PL, deputado Waldemar Costa Neto, o "Boy". Possibilidade remota. "Boy" deverá deixar a vida pública por um bom tempo. Dificilmente escapará da cassação. Charles que não confirma nem desmente, ainda está no PSDB. Na verdade há alguns cabos eleitorais mais aguerridos que confundem desejo pessoal com realidade. Para eles seus candidatos já estão no Palácio 9 de Julho. Se tivessem um pouco mais de objetividade veriam que a chance de um político ubatubense ser eleito deputado estadual é quase inexistente. O número de eleitores do Litoral Norte é pequeno e os votos regionalizados. No estágio político em que vivemos, o voto é uma mercadoria. Como tal pode ser trocado por tijolos, empregos, ou mesmo uma diária no dia da eleição, como vimos recentemente. Ideologia nem pensar. Os eleitores de Ubatuba são incapazes de eleger um deputado. Ainda que todos votassem nele, o que é uma utopia e como tal irrealizável. Há ainda outra lenda envolvendo candidaturas à assembléia. Os cabos eleitorais acreditam que possam fortalecer futuras candidaturas à prefeitura. Podem acreditar, mas nada indica que seja verdade. Cada eleição é uma eleição. Por acaso o leitor se recorda em quem votou para deputado?