Militantes radicais e cabos eleitorais aguerridos costumam ser acometidos de terrível miopia cerebral quando se trata de avaliar as possibilidades de seus candidatos. Vou tentar ser mais claro. A bancada dos seguidores do ex-presidente Sarney ficou furibunda, o senador inclusive, quando explodiu o escândalo Lunus, que sepultou a candidatura de Roseana Sarney à presidência. Escribas de aluguel fizeram textos e textos dispersos pela imprensa nacional condenando a operação da Polícia Federal, que segundo os ofendidos teve o mando do então candidato tucano José Serra. Pode até ter sido, Serra não é nenhuma freirinha. No entanto, se nada de errado houvesse, a operação teria sido um fiasco. Descontada a estupidez com que a defesa foi armada, uso o termo forte pela burrice envolvida, faltou explicar à nação um detalhe que parecia não interessar aos ofendidos. E o dinheiro? Quem costuma deixar mais de um milhão de reais em casa e se perguntado não consegue lembrar como foi obtido? Milagre? Geração espontânea? Os argumentos infantis da defesa serviram apenas para evidenciar que alguém estava mentindo e que havia indícios de corrupção da grossa. O episódio passou batido. Até hoje ninguém foi preso, na verdade nem se fala mais no assunto. Na crise atual, onde a CPI está disponível pela televisão, chega a irritar o procedimento da bancada do PT. O que eles querem? Tentam sistematicamente imputar a crise aos tucanos ou a um pretenso complô da direita. Cada dia aparece mais uma evidência do lamaçal armado para tungar a nação e perpetuar o PT no poder. Marcos Valério, defendido com unhas e dentes pelos petistas, mentiu na CPI com a maior cara-de-pau do mundo. Disse que só avalizou um empréstimo. Hoje já se sabe que houve pelo menos mais um, com as assinaturas dele, de Delúbio e de Genoino. Maior do que o primeiro. Quantos outros haverá? O cerco se fecha. O ciclo do PT está se aproximando do fim.