Poetema
Ao ver seu eleito, meu desafeto, Conter-me prometo. De passagem me ocorre o seguinte panfleto De tão concreto, Parece abjeto. Linguajar seleto E pouco discreto O truão acalenta infame projeto Secreto. Pretende ser vago mas é bem direto, Envia um conto, depois um soneto Devagar bagunçando o coreto... Ostentando afeto, Mas quadrado, feito cateto. Será que politicamente correto, Quando se diz de paixão repleto? Desejo esmagar o maldito inseto! Estranho dialeto Liquidar este dejeto? Que triunfo mais incompleto... Represália melhor arquiteto Pra liquidar este truque obsoleto Ao escamotear-lhe da cobiça o objeto. Humilhado o gajo será... por completo. Maldade girando no espeto. Banido por decreto, Que não admite veto! (*) Do livro “Desespero Provisório”
Nota do Editor: Alexandru Solomon, formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, autor de “Almanaque Anacrônico”, “Versos Anacrônicos”, “Apetite Famélico”, “Mãos Outonais”, “Sessão da Tarde”, “Desespero Provisório”, “Não basta sonhar”, “Um Triângulo de Bermudas”, “O Desmonte de Vênus”, “Plataforma G”, “Bucareste”, “A luta continua” e “A Volta”. Nas livrarias Cultura e Siciliano. E-mail do autor: asolo@alexandru.com.br.
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