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COLUNISTA
Alexandru Solomon
13/02/2016 - 10h00
Ciberfantasias
 
 
Poetema

Fantasias se criam e se destroem,
Em torno dos sonhos, sonhos constroem,
Sonhar é um luxo bem acessível,
Basta pra isso não ser insensível.

Para aquele infeliz que de dia labuta,
Seria um luxo pagar prostituta.
À noite na cama, amor solitário;
De dia, o mesmo problema: Salário.

Mas tem Internet. Se achar a comparsa,
Dizer que a ama seria uma farsa?
Não pode dizer que ama, afinal?
Eis o problema do pobre mortal.

E se lhe disser que é um qualquer,
Será que terá um segundo sequer?
Daquela que entra no chat como “Musa”,
Beldade hodierna um tanto obtusa.

O “chat”, é sabido, é neologismo.
Palavra importada, um anglicismo.
Lugar é de príncipe, nunca de sapo,
O antro sagrado do “Bate-papo”

De um lado, se tem um pobre coitado,
Só pena na vida, foi rejeitado.
Do outro, está a beldade obesa
Que ora é madona, ora marquesa.

Ele escreve: Eu sou um mancebo.
Ela responde: É claro, percebo.
Ele retruca: Sou executivo
E sou isso mesmo, sem diminutivo.

E a doce rainha tecla de onde?
Com muita vergonha de onde se esconde,
Responde a Ofélia “Quer mesmo saber”?
Eu sou sua musa, não uma qualquer.

Deusa eu sou, eu moro no Olimpo,
Com vista bonita e o céu sempre limpo.
Sou doce, sensível, já fui Miss Brasil,
Com corpo perfeito e alma febril.

Queria saber alguns outros detalhes.
O seu palácio é o de Versalhes?
Corada, a musa, no quarto alugado,
Responde: Olha como é abusado!!

Fingindo morar no palácio francês,
Responde com erros de português.
E chega a hora de o outro falar,
Chegou sua vez de querer inventar.

Cara senhora, minha alma é pura,
Evite com isso qualquer conjetura.
Sou viúvo, sou rico, procuro um par,
Espero, princesa, poder-lhe agradar.

O papo já dura faz mais de uma hora,
O nobre senhor e a doce senhora.
Cada qual construindo um mundo farsesco
No qual o real deu lugar ao burlesco.


Nota do Editor: Alexandru Solomon, formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, autor de “Almanaque Anacrônico”, “Versos Anacrônicos”, “Apetite Famélico”, “Mãos Outonais”, “Sessão da Tarde”, “Desespero Provisório”, “Não basta sonhar”, “Um Triângulo de Bermudas”, “O Desmonte de Vênus”, “Plataforma G”, “Bucareste”, “A luta continua” e “A Volta”. Nas livrarias Cultura e Siciliano. E-mail do autor: asolo@alexandru.com.br.
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