A política educacional do Brasil está rendendo frutos. Frutos amargos. De cada dez diplomados em Direito, nove dificilmente irão advogar. Jamais passarão no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. E nem poderiam, a maioria mal sabe ler e quando lê não compreende o que leu. São quase analfabetos. Vou usar a palavra antes que seja proibida pela cartilha do politicamente correto. As escolas perderam a função de preparar o futuro. São "caça-níqueis". Algumas pertencem a contraventores. Donos de caça-níqueis de verdade, interessados em lavar dinheiro. Nelas, o aluno deve ser tratado como cliente. Bem-atendido, com especial deferência aos bons pagadores. Não é visto como um ser humano em desenvolvimento. Entram nas escolas os que têm dinheiro. Pagando em dia recebem o diploma. A evidência do desgoverno pode ser medida pelas atitudes dos poderosos. Nunca por suas palavras. Qual é o homem público de relevância, deputado, senador ou governador, que tem os filhos na escola pública? Felizmente para o povo avestruz não são feitos exames em outras áreas de atividades que exigem conhecimento superior. Em Medicina, Odontologia ou Engenharia, os resultados seriam diferentes? Observador do caráter elástico do povo desta nação varonil antevejo a solução que o avestruz-mor vai encontrar. Serão proibidos os exames da Ordem. Alguém lembra dos excedentes das universidades públicas? Sumiram...
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).