Conversa (des)afinada
– Estamos subindo? – Não, estamos descendo. Assim tem início o romance A ilha mistérios de Jules Verne. Os fugitivos Cyrus Smith, Nab, Pencrof, Gedeon Spilett e o cão Top. A bordo de um aerostato preso numa tempestade, assistem impotentes à perda de altitude do balão. Para evitar a queda nas ondas enfurecidas do oceano, começam a atirar os objetos a bordo. Lá se vão mantimentos, utensílios, moedas de ouro etc. Isso não bastou, então, em desespero de causa, resolvem separar-se da nacela, permanecendo agarrados nas cordas, conseguindo chegar à ilha misteriosa. Essa passagem tem uma incrível semelhança com uma situação presente. Ante a queda iminente, foram atirados às ondas, Delúbio, Genoino, Dirceu, Vaccari, e, por fim o próprio PT simbolizado pela nacela. A História se encarregará de contar o resto.
Nota do Editor: Alexandru Solomon, formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, autor de “Almanaque Anacrônico”, “Versos Anacrônicos”, “Apetite Famélico”, “Mãos Outonais”, “Sessão da Tarde”, “Desespero Provisório”, “Não basta sonhar”, “Um Triângulo de Bermudas”, “O Desmonte de Vênus”, “Plataforma G”, “Bucareste”, “A luta continua” e “A Volta”. Nas livrarias Cultura e Siciliano. E-mail do autor: asolo@alexandru.com.br.
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