Joseph McCarthy é o nome de um dos personagens mais nefastos do século XX. Depois de uma breve carreira como juiz, entrou na política e acabou eleito senador pelo partido republicano. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, as relações entre os aliados azedaram, e não poderia ser diferente. Duas concepções econômicas entraram em choque, de um lado o capitalismo liderado pelos Estados Unidos, do outro lado o comunismo tendo à frente a União Soviética.

Cabe ressaltar que não existe a dicotomia comunismo-democracia, esta pode existir nos dois sistemas, embora a verdadeira democracia jamais tenha existido. Seria mais uma utopia?

McCarthy pegou carona no anticomunismo, refúgio de conservadores que queriam manter a sociedade sob controle. Junto iam as hordas moralistas arrancando nacos de notoriedade.

No começo, com a ajuda de oportunistas do calibre de Richard Nixon, McCarthy teve acolhida na sociedade americana, apavorada com a possibilidade de outra guerra.

A paranóia pós-guerra fez com que o macartismo prosperasse. O Comitê de Atividades Anti-Americanas, sob a liderança do senador, ganhou poder e através do incentivo às delações criou um clima de caça às bruxas em todas as atividades, atingindo inclusive as forças armadas.

No meio artístico houve um enorme alvoroço. Atores e escritores que trabalhavam no cinema e no teatro foram perseguidos, acusados sem provas e incluídos em uma famigerada lista negra que os impedia de trabalhar.

Há um filme sobre o assunto que merece ser visto. The Front (Testa de ferro por acaso) do diretor Martin Ritt, ele próprio vítima da lista negra. De certa forma até hoje permanecem os resquícios. Restam inimizades, rancores e muita fofoca sobre quem dedurou quem.

O fim de McCarthy foi melancólico, a exposição do comitê frente às câmeras de televisão, ainda novidade em meados dos anos da década de 1950, fez com que o público americano percebesse que o temido senador era apenas um farsante bêbado.

Repetia acusações infundadas aos gritos, intimidava com o dedo na cara da pobre vítima que acabava admitindo culpa sem ter praticado nenhum deslize. Assim como subiu, o comitê desceu.

Alguns atribuem a queda a J. Edgard Hoover, o todo poderoso "dono" do FBI. Hoover vivia maritalmente com outro policial. Há indícios que os assessores moralistas do senador teriam tentado usar a homossexualidade do "chefe da polícia" para chantageá-lo. Deram-se mal.

Em 1957, aos 48 anos de idade, o senador Joseph McCarthy, esquecido e amargurado, morreu de doenças derivadas do alcoolismo. Restou de sua obra nada edificante, o termo macartismo, cujo significado é caça às bruxas. A televisão mostra o que vai à alma de quem nela aparece.

É por isso que logo estaremos entrevistando os candidatos ao cargo de prefeito de Ubatuba.

Eles poderão mostrar ao povo sua verdadeira identidade, a escolha será feita a partir da verdade das câmeras.

Aguardem, em breve estaremos no ar.

Não podemos correr o risco de eleger um prefeito parecido com Joseph McCarthy.