Festival de serpentinas, já chegou o carnaval. As escolas no desfile mostram a nossa pujança. Derrotado foi o medo, triunfou a esperança. Boquiabertos, os turistas pensam ver um bacanal. Anne Krüger, Reed e Fisher todos de corpo presente Ao som de atabaques tamborins e reco-reco Esqueceram equações. Rogoff quase teve um treco. O FMI se dobra ante a comissão de frente. O desfile dura horas, consagrando o alto astral. Distribuição de renda é assunto superado. Jogaremos sempre duro e ninguém sai machucado. Não importa o superávit, vale o tal de nu frontal. Alegria contagiante. Euforia sem barreira. A problemas seculares, soluções vem a jato. Já dizia o De Gaulle, nós somos sérios de fato. O gigante se espreguiça, esperando a quinta-feira. Do livro “Desespero Provisório”, ED. Edicon
Nota do Editor: Alexandru Solomon, formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, autor de “Almanaque Anacrônico”, “Versos Anacrônicos”, “Apetite Famélico”, “Mãos Outonais”, “Sessão da Tarde”, “Desespero Provisório”, “Não basta sonhar”, “Um Triângulo de Bermudas”, “O Desmonte de Vênus”, “Plataforma G”, “Bucareste”, “A luta continua” e “A Volta”. Nas livrarias Cultura e Siciliano. E-mail do autor: asolo@alexandru.com.br.
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