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COLUNISTA
Sidney Borges
22/04/2005 - 05h32
Papas, escravidão e racismo...
 
 

Na idade média um papa, Benedito 9º, foi eleito aos 20 anos sem nem mesmo ser padre. Depois de algum tempo, entediado frente às ocupações eclesiásticas, sucumbiu aos encantos de uma jovem. Vendeu então o pontificado, que seu pai havia comprado e se casou. Viveu bem com o dinheiro do negócio. Aconteceu numa época em que milagres eram comuns, isto é, vira e mexe apareciam santos. As visões aterrorizavam os pobres camponeses analfabetos. Geralmente o ser celestial pedia para que dessem dinheiro ao bispo e pecassem menos contra a castidade. Nunca se saberá a razão, mas os santos nunca apareceram na bolsa de valores de Londres. Enfim, antigamente a igreja não era para ser levada a sério, embora não fosse aconselhável contrariar o que dizia. Quem se atrevesse podia acabar na fogueira. Hoje a coisa está diferente, não que a igreja tenha mudado, continua a mesma, as notícias é que andam depressa. Quem não se lembra de João Paulo I, assassinado enquanto dormia. Sabia demais. Já não é possível falar uma coisa e fazer outra, prática atribuída ao Vaticano. Hoje está difícil manter a impunidade. Os meios de comunicação não perdoam, qualquer deslize poderá ser fatal para a multinacional mais antiga do planeta. Na África, Lula pediu desculpas pela escravidão, no que fez muito bem. Qualquer forma de exploração do homem pelo homem deve ser rejeitada. Não podemos ser responsabilizados pelos crimes de nossos antepassados, entretanto, jamais poderemos desculpá-los. Cabe, entretanto, uma reflexão quando se fala no assunto. Navios negreiros faziam apenas transporte. Chegavam à África, pagavam pela carga e voltavam ao Brasil. Quem fornecia os escravos negros, eram negros, que os caçavam e vendiam. Portanto, se há motivos para nos penitenciarmos, há também contas a serem ajustadas pelos negros, com outros negros. Alguns devem desculpas a outros. Lula fez a nossa parte, mas é preciso que fique claro que não foram apenas os brancos os culpados pela escravidão ter existido. Os argentinos se orgulham de não terem negros. Não têm porque mataram os que tinham e que não eram poucos. Houve época em que de cada cinco habitantes de Buenos Aires, quatro eram negros. Morreram de febre amarela e das guerras do século XIX. Restou o racismo, que não é diferente do praticado pelos brancos urbanos do Brasil.


Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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