A frase – com ou sem crase!
A política de incentivos fiscais divide opiniões – informa O Estado (12/10 A4). É ocioso discutir o que teria acontecido no País não fossem os inúmeros pacotes baixados nos últimos anos. Uma coisa é certa. Criaram-se desequilíbrios, que para serem paliados requerem a aplicação de novos pacotes e assim sucessivamente. Mais soluções pontuais, mais conflitos em potencial. Com efeito, a concessão de incentivos regionais, para dar um exemplo, serviu, nesta eleição, para motivar a acusação de que Aécio é contra Pernambuco, porque em função de uma MP do tempo de Lula II a Fiat desistiu de Minas e optou pela construção de uma fábrica em Pernambuco. A não concessão de incentivos fez a Ford – no tempo do governador Olívio Dutra (PT RS) – optar pela Bahia. Não é razoável culpar as indústrias por optar por condições mais vantajosas, no entanto é fácil ver que a reforma tributária é um assunto prioritário. A famigerada Lei da Informática com a exigência de conteúdo nacional, vetando o acesso das multis do setor produziu um atraso, cujo efeito poderia ter servido de alerta para os defensores da aplicação desse modelo falido no setor de petróleo. Uma Política Industrial inteligente não é o produto imediato de elucubrações de pilotos de escrivaninha, munidos de antolhos ideológicos.
Nota do Editor: Alexandru Solomon, formado pelo ITA em Engenharia Eletrônica e mestrado em Finanças na Fundação Getúlio Vargas, autor de “Almanaque Anacrônico”, “Versos Anacrônicos”, “Apetite Famélico”, “Mãos Outonais”, “Sessão da Tarde”, “Desespero Provisório”, “Não basta sonhar”, “Um Triângulo de Bermudas”, “O Desmonte de Vênus”, “Plataforma G”, “Bucareste”, “A luta continua” e “A Volta”. Nas livrarias Cultura e Siciliano. E-mail do autor: asolo@alexandru.com.br.
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