Sexta-feira, 8 de abril de 2005. Quem diria, estou em 2005, quantas vezes ouvi que o mundo não chegaria ao ano 2000. Chegou e passou. Mas, em 2005, em pleno terceiro milênio, no estado mais rico do país do futuro, distante apenas 240 km da maior cidade do Hemisfério Sul, fiquei sem comunicação com o mundo desde a noite de segunda-feira. Não, não foi um tsunami, nem tampouco um furacão. Foi uma chuva forte! Apenas isso. No país tropical, de belezas mil, não há vulcões nem manifestações das placas tectônicas. Fico imaginando se houvesse. Se Londres fosse brasileira ainda estaria destruída pelos bombardeios de 1940. Nomeariam comissões para estudar o assunto, depois outras comissões e o tempo iria passar até o fim do Universo, se é que o Universo um dia terá um fim. Será que teve um começo? Falam do Big-Bang, eu não acredito que antes dele nada existia. Como seria o nada? Nem adianta tentar imaginar, o cérebro binário do qual somos portadores dificilmente criará um modelo físico para o Universo. Vamos descobrir através da linguagem matemática, nossa maior e melhor criação. Infinitamente superior aos deuses que criamos e que se parecem conosco, isto é, têm cérebros binários. O deus judaico-cristão é um bom exemplo. Um grande barganhador, parecido na essência com qualquer mercador do Oriente Médio. Por falar em deuses, o avião do Lula, o aerolula, carregou um time de notáveis como há muito não se via. Presidente, ex-presidentes, ministros, rabino, chefe da seita de Maomé, enfim, a nata dos que mandam, são obedecidos, e não trabalham. Na acepção do termo. A caravana foi ver o enterro do Papa. A igreja chegou a cogitar da possibilidade de empalhar o cadáver. Cobrando entradas poderia voltar aos tempos esplendorosos da idade média, onde tem a cabeça. Faltaram dois notáveis na caravana presidencial. Collor e Itamar. Dizem que foi oferecido o Sucatão. Nada melhor para transportar sucata. Com serviço de bordo composto de água, cafézinho, pão, banana e 51. Recusaram. Bem que o aerolula poderia retornar pelo Triângulo das Bermudas. Quem sabe...
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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