Quando vemos que o nosso tempo está acabando, e que o corpo já não agüenta um ritmo excessivo, tentamos aproveitar o tempo que nos resta para avaliar o que fizemos e para realizar aquelas pequenas coisas que ainda nos dão prazer. Hoje me deu vontade de escrever novamente pois é necessário comemorar e dividir com outros nossas vitórias. Isso nos dá ânimo para as pequenas e repetitivas lutas do cotidiano. Não esperava me emocionar mas foi com muita satisfação que recebemos nesta quinta, na Câmara Municipal de Ubatuba, o deputado Newton Lima e o reitor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Sr. Eduardo A. Modena, que vieram confirmar a instalação de uma extensão do Instituto em Ubatuba. Há dois anos, durante uma visita do deputado, nesta mesma Câmara, foi entregue ao deputado um abaixo-assinado, fruto de mobilização de estudantes, educadores e lideranças comunitárias, com um grande número de assinaturas, solicitando a instalação de uma universidade pública. Muitos achavam que era apenas um ato de propaganda política, um sonho cuja realização seria muito difícil pois havia a concorrência com outras cidades. Ele mesmo disse que seria difícil mas que se esforçaria para conseguir. Em outros encontros, ao ser cobrado sobre o pedido, o deputado disse que seria mais viável, a curto prazo, a instalação de um Instituto Tecnológico. No entanto, os dezesseis institutos a serem criados já tinham destino e Ubatuba não estava contemplada. Só haveria uma possibilidade se algum município contemplado não cumprisse os requisitos necessários, o que realmente veio a acontecer. Um fato que influiu para que Ubatuba entrasse no páreo foi a insistência do prefeito e a grande repercussão do projeto da construção do satélite artificial pelos alunos da Escola Municipal Tancredo Neves e a participação na exposição no Japão. O reitor destacou que a instalação do Instituto Federal não é um presente de consolação no lugar de uma universidade, mas uma solução mais adequada porque sua estrutura é mais flexível e mais abrangente porque pode fornecer cursos não só para a formação de mão de obra mas também para licenciaturas, bacharelado, da área tecnológica e pós-graduação. Pode começar em um prazo muito curto (março/2014) através do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) criado pelo Governo Federal, em 2011, com o objetivo de ampliar a oferta de cursos de educação profissional e tecnológica. Em agosto, após audiências públicas para diagnóstico das principais necessidades e expectativas poderão ser implantados os primeiros cursos. O Instituto Federal será instalado no prédio da Escola Municipal Tancredo Neves e esta deverá ser transferida para outro local. Este fato mostra que não podemos ser imediatistas, e que para o edifício ficar pronto é necessário cavar o alicerce e colocar os primeiros tijolos. Não teríamos o prazer de saborear jabuticabas se as pessoas não plantassem alegando que demora muito para dar frutos.
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
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