Escrevo este texto porque já falei com o gerente do Semar e sei que ele provavelmente não acatará minhas sugestões. Acho que deveríamos começar a boicotar todos estabelecimentos que não contribuem para o bem estar do município. Embora Ubatuba seja cercada pela floresta e pelo mar, no centro, no verão vira um forno porque há pouca arborização urbana. As poucas árvores que existem no centro, aos poucos vão desaparecendo devido à ignorância de alguns e à falta de respeito com a cidade onde vivem e onde lucram. Como exemplo posso citar o corte de uma chuva de ouro, em frente à lanchonete e ao Cacau Show. Também houve o corte de um ipê na Rua Gastão Madeira, em frente à escola Olga Gil, e de uma primavera bem antiga mas que floria, em frente ao Casarão. Também houve o corte de várias árvores no terreno onde está sendo feito o estacionamento do Semar, entre as quais um frondoso pé de Cambuci, um pé de grumixama e um pé de jerivá (aquele coqueiro que dá coquinhos amarelos). Nesta semana passei lá e vi que estão colocando bloquetes, boa solução porque permite a infiltração d’água. No entanto, se fizerem como no estacionamento antigo, não haverá nenhuma planta, contribuindo para o aumento do calor e para aquela sensação de abafamento, pelo aprisionamento entre muros. Procurei o gerente e expliquei que as plantas podem amenizar um ambiente, tornando-o mais agradável e bonito. Não sou contra o estacionamento mas na beira dos muros poderiam ser colocadas cercas vivas ou trepadeiras que florissem. Para não atrapalhar os carros poderia ser colocado fios galvanizados a fim de impedirem que elas tombem e ocupem uma área maior. No meio, entre as vagas de carros poderiam ser colocadas algumas árvores para sombrear e dar colorido à paisagem. Há árvores que, diferente das amendoeiras, não soltam todas as folhas ao mesmo tempo. Nem precisam ser tão grandes. Como exemplo, poderia ser como os resedás, os miniflamboyants e os ipês de jardim. Todas as pessoas que vivem e lucram, aqui nesta cidade, deveriam ter uma preocupação com sua beleza e o bem estar de todos.
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
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