A assembléia convocada pela acionista majoritária da Comtur, Prefeitura Municipal de Ubatuba, cuja finalidade era a extinção da empresa não resultou em consenso e terá desdobramentos hoje. Às 16h00, no Palace Hotel, os acionistas minoritários irão se reunir com a finalidade de elaborar uma pauta a ser discutida com o Prefeito. Eles não querem a extinção. Curiosamente, um evento religioso, na praça onde está situado o prédio da entidade, interferiu nos trabalhos, provocando uma longa paralisação, o que fez com que a assembléia terminasse tarde da noite. Ao longo das discussões, deu para notar que Ubatuba está mudando, há um inegável avanço político na cidade. Os acionistas presentes usaram a palavra com precisão, demonstrando conhecimento dos problemas e vontade de apontar soluções. Não sabemos o que virá, porém podemos fazer um diagnóstico bastante preciso do que há. A Comtur foi levada ao descrédito por falta de gerência e comunicação. Nunca se discutiu em profundidade o papel da empresa nem tampouco a sua atuação. Na verdade, a Comtur foi criada sem que se soubesse exatamente de onde viriam suas receitas. Se for contado em Portugal pensarão que é piada. Empresa capitalista sem receita. A falta de informação que a envolve é gritante e absurda. Como exemplo podemos citar a contratação de certa auditoria inexpressiva, que segundo um "eterno" postulante ao cargo de presidente, foi feita pela ex-presidente, cujo mandato expirou ontem. Hoje surgiu um comunicado dizendo que a ex-presidente apenas manteve a vigência de contrato firmado na gestão anterior. Isso deveria ter sido divulgado, pouparia discussões inúteis e o conseqüente desgaste dos envolvidos. Da mesma forma, nunca foi discutida abertamente a cobrança de estacionamento. É sabido que as receitas mudaram de forma radical, conforme o presidente em exercício. Alguém sabe o porquê? Até a CPI, de que tanto se falou, terminou não sendo totalmente conclusiva nem corretamente divulgada. O que foi apurado ainda é mistério para a maioria dos ubatubenses. A população sabe apenas que há algo não explicado na Comtur. Ubatuba sempre teve aversão às discussões abertas, melhor fofocar nos cafés. Criticar e assinar embaixo jamais, a praxe é dizer amém aos governantes, fonte das almejadas sinecuras. Ubatuba está acordando, se não o fizer pagará caro por isso. A Comtur é viável. Precisa de uma auditoria de qualidade, de administração profissional e de um novo conselho.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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