O marquês de Laplace, cientista francês, acreditava no determinismo científico. É compreensível, o impacto das descobertas de Newton fez com que a ciência fosse elevada a um patamar de credibilidade nunca alcançado até então. O determinismo dizia que uma vez conhecido o estado do universo num dado momento, haveria um conjunto de leis que seriam capazes de prever os acontecimentos do futuro. Se atentarmos apenas ao que acontece num lugar determinado do universo, envolvendo corpos de grandes dimensões, em parte isso é verdade. O sistema solar é um bom exemplo. É possível, com base nas Leis de Newton, fazer previsões de eclipses, ocorrências de cometas e outros fenômenos, sem risco de erros. Evidentemente, os que têm procuração divina para defender os interesses do Criador na Terra, fizeram forte oposição ao determinismo científico. Não há leis que não possam ser modificadas momentaneamente pela vontade do criador. É o que diziam. Ao contrário dos cientistas eles não precisam de provas. Escondem-se atrás da fé. Ou seria da esperteza? De qualquer forma, as idéias do determinismo científico ruíram quando Werner Heisenberg formulou o princípio da incerteza. Para prever o estado futuro de uma partícula, precisamos medir o seu estado atual com precisão, isto é conhecer sua velocidade e posição. Para isso é preciso iluminar a partícula. A luz acabará por interferir na medição, modificando a posição ou a velocidade da partícula, ou ambas. A luz propaga-se em pequenos pacotes chamados quantas, e estes, ao encontrar a partícula, produzirão alterações. Quanto mais precisamente se tentar medir o estado de uma partícula, menos se conseguirá. Se não é possível determinar o estado atual, não há como buscar leis que possam prever um estado futuro. Assim terminou o sonho do universo determinístico de Laplace. Um exemplo da vertente do conhecimento que acredita em determinismos é a forma de entender o mundo das esquerdas. Elegeram um presidente ignorante, incapaz de proferir uma única frase que faça sentido. Agora esperam dele soluções para tirar o país do atoleiro. Há poucas probabilidades de que isso venha a acontecer. Milagres não existem, que me perdoem os da procuração divina.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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