Deise Recoaro, da Diretoria da Confederação dos Trabalhadores no Ramo Financeiro - CONTRAF - esteve neste sábado (19/11) no Colégio Sapiens, em Ubatuba, para tratar do tema acima. Iniciou com uma dinâmica solicitando aos presentes que indicassem as vantagens e desvantagens de cada gênero. Os presentes indicaram como vantagens de ser homem: maior liberdade, força, melhores salários, mais valorização, fazer xixi em pé. Vantagens de ser mulher: polivalente, mais resistente a dor, mais persistente, maior liberdade para exprimir emoções, a maternidade, mais responsabilidade, maior escolaridade. Desvantagens de ser homem: não poder exprimir suas emoções pois homem não chora, menor resistência à dor, mais irresponsável, maior exigência de ser o provedor e de ser forte e viril. Desvantagens de ser mulher: menores salários, menor liberdade sexual e de ascensão profissional, menstruação, TPM, maior exigência de competência. Para ela, a maior parte das diferenças são culturais e não biológicas. Muitas vantagens da mulher se voltam contra ela mesma: o fato de ser polivalente e responsável faz com que ela assuma cada vez mais responsabilidades causando sobrecarga sem a devida correspondência financeira. Além disso, fica sempre dividida entre cuidar dos filhos e o trabalho, pois enquanto ela saiu de casa para dividir com o homem as despesas de casa, o homem não assumiu sua parte nas tarefas domésticas. Para subir na carreira lhe é cobrada mais competência do que ao homem e, como foi apontado por um dos presentes, muitas vezes ela aceita esse jogo. É necessário refletir sobre a concepção machista e preconceituosa dessa sociedade que nega a igualdade de direitos descumprindo a própria Constituição porque a falta dessa consciência faz com que a própria mulher, ao educar seus filhos, continue a reproduzir a mesma concepção. E essa negação de direitos é muito maior para a mulher negra e pobre. Também se volta contra os indígenas e homossexuais. Não dá para tolerar essa homofobia causadora de inúmeras violências e mortes. Os sindicatos e a sociedade em geral precisam se unir na luta pelo respeito à igualdade de direitos e oportunidades.
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
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