“É preciso perder os anéis para não perder os dedos” - Ditado popular
Você sabia que o prazo para as instituições religiosas e casas de recuperação se inscreverem para concorrer ao Conselho Sobre Drogas está acabando? Não sei a data limite porque não encontrei no site da Prefeitura e nem na versão eletrônica do jornal que publica os editais. Você pode votar em uma das alternativas para explicar esse fato: a) a Assessoria de Comunicação é incompetente; b) o assunto não é considerado relevante para os nossos dirigentes; c) a Assessoria de Comunicação foi orientada a não divulgar amplamente; d) favorecer o jornal que publica os editais, obrigando todo mundo a comprá-lo para saber dos atos do nosso executivo; e) favorecer os amigos do “rei” garantindo a participação apenas aqueles que só dizem sim. Para garantir a paridade da representação, em geral os conselhos tem o mesmo número de representantes da sociedade civil e do governo. O engraçado é que no Conselho Sobre Drogas, um dos representantes da sociedade civil é indicado pelo prefeito. E a sociedade civil não tem nenhum representante dos sindicatos ou trabalhadores organizados. As várias instituições são representações de patrões ou de profissionais liberais. Faz bastante tempo que a presidência do CONSEG é exercida por um funcionário da Associação Comercial, garantindo a ela uma dupla representação. Quando questionei isso, me disseram que é a lei. Mas a lei, da mesma maneira que é criada, pode ser modificada para corrigir falhas. Há interesse nisso? Há interesse em que a classe trabalhadora organizada participe das decisões? Outro fato interessante é que a convocação não se refere às entidades que trabalham com crianças e adolescentes e que deveriam ser alertadas dado o alto índice de casos nessa faixa etária. É bom lembrar que faz quase um ano que esse Conselho está desativado e, numa tentativa de tapar o sol com a peneira, depois de quase um ano de denúncias, inclusive ao promotor público, a Prefeitura resolveu “convocá-lo”. Bem de acordo com os princípios de nosso governante e de seu partido.
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
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