Nesta terça, 14/06, ao serem votados pedidos de informação ao executivo, a votação ficou empatada, sendo rejeitados pelos senhores vereadores Adilson Lopes, Pastor Claudinei Bastos Xavier, Osmar Dias de Souza e mais um, do qual não me recordo. Para desempatar, o Sr. Silvinho Brandão, que substituía o presidente da Câmara Municipal de Ubatuba, votou pela rejeição. O vereador é eleito para representar a população e fiscalizar os atos do executivo, sendo o pedido de informação uma das formas de exercer a sua função, ao qual o executivo deve atender. Mas o que se viu é uma atitude lastimável, pois o exercício da função de um vereador era impedido pelos próprios pares, num claro desrespeito à população e aos seus pares. Já havia escutado comentários de que o executivo não atendia aos pedidos de informação dos vereadores, o que já é um claro abuso de poder, mas impedir um colega de exercer sua função é uma atitude que a população deve levar em conta nas próximas eleições dando o devido troco. Logo em seguida houve um intenso debate entre Frediani e Adilson Lopes. Frediani disse que deixaria de fazer novos pedidos de informação porque teria que entrar num jogo de troca. Deixou subentendido que para ter aprovado seus pedidos teria que se sujeitar a determinados jogos, talvez aprovando propostas com os quais não concordaria, sujeitando-se ao executivo. Adilson Lopes disse que não encontra qualquer empecilho e que sempre é bem atendido pelo executivo conseguindo levar melhorias para o povo. Dessa afirmação dá para se concluir que os vereadores que sempre apóiam o executivo tem os seus pedidos atendidos, colocando-os perante a população numa situação mais favorável. Enquanto isso, os vereadores que fazem o seu papel constitucional de fiscalização, tem negado os seus pedidos, colocando-os em uma situação desconfortável perante a população. Qual seria o nome dessa política de toma lá, dá cá? Infelizmente é esse espírito de coronelismo que impera por aqui, em que o poder é instrumento de subjugação e de impedimento à transparência da coisa pública. Acostumado a uma Câmara que só dizia amém e cuja ação se restringia à distribuição de moções de congratulações, comecei a me animar com a freqüência cada vez maior de propostas e de pedidos de esclarecimentos sobre temas que preocupam a todos nós, como os questionamentos que o vereador Mauro Barros fez sobre os últimos índices educacionais de Ubatuba. É pena que esses questionamentos mais substanciais tenham ficado para os finais das sessões quando o auditório se encontra esvaziado.
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
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