Nesta última segunda-feira, dia 21, aconteceu o quarto debate organizado pelo "Ubatuba em Rede". Desta vez, em comemoração ao mês da mulher, a mesa foi coordenada por Isabela Vassão e teve a participação das seguintes mulheres: Yara Camargo, Damiana Soares Pereira, Maria da Gloria Abdo, Zenaide de Oliveira Brito e Silmara Retti. Yara Camargo, relatou a sua dificuldade como mãe de um filho cadeirante, a sua luta para a instalação do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência Física e o apoio que recebeu do Sr. Prefeito e de outras instituições, como o Tamar e o Aquário de Ubatuba, os quais proporcionaram um bom desempenho do Conselho que era bastante atuante. Depois, precisou se afastar mas lamentou o esvaziamento e a inatividade atual. Damiana, representando a ADUBA, com o apoio de outro cadeirante, apresentou fotos que mostram as barreiras arquitetônicas e situações que expõem os cadeirantes e demais deficientes a situações vexatórias, desrespeitando as leis que visam a garantir a acessibilidade a todos. As fotos e depoimentos foram muito impactantes e acredito que sensibilizou a todos os presentes. Zenaide, que é advogada, relatou o trabalho que é desenvolvido no curso de Promotoras Legais Populares de Cidadania, em que as participantes têm acesso às principais leis que regulam os direitos e deveres: a Constituição, a Lei Maria da Penha, o ECA. Também destacou a questão racial, os preconceitos, desigualdade e expectativas para o negro brasileiro com a política de cotas. Tratando do tema "Idoso", a palestrante Maria da Glória, Coordenadora do Setorial do Idoso do PT e presidente da ABAESP – Associação dos Bancários Aposentados do Estado de São Paulo, destacou que o uso de termos como “melhor idade, terceira idade”, para ela é uma forma de escamotear a dura realidade de abandono e o processo natural de envelhecimento que torna a vida mais difícil. Tentam esvaziar a capacidade do velho se organizar para defender seus direitos, estimulando-os apenas a participar de atividades de lazer, reduzindo o seu poder de atuação e a riqueza de sua experiência, como se não houvesse alegria em atividades produtivas. Para Gloria, o prolongamento da vida e das atividades sexuais do idoso trouxe como conseqüência a elevação do número de casos de DST/AIDS porque ele ainda não está preparado para essa nova situação. A escritora e fundadora do projeto Bla Bla Bla Positivo, Silmara Retti, abordou questões relacionadas a DST e ao cotidiano de contaminados pela doença a partir da sua própria experiência de se descobrir como soropositiva. Após a apresentação das palestrantes foi aberta a palavra para perguntas e comentários por parte da platéia. Ao final, além das palestrantes, foi feita uma homenagem às seguintes mulheres: Suami Macedo, pelo seu trabalho no Tamar; Dona Zelma Landi, pelo seu trabalho como voluntária na Guarda Mirim, no Rotary e em diversos conselhos e entidades; Gilda Godoy, por ser uma das primeiras mulheres a competir na equipe de São Caetano do Sul, nas modalidades de lançamento de dardo, de disco e de peso; Dona Celeste, pelo seu trabalho no Gaiato, que atende crianças e jovens em situação de risco; Naídes Borel, professora aposentada de química, militante do PC do B e do Sindicato Rural; Sonia Bonfim, pelo seu trabalho na Fundação Alavanca e mentora do Movimento Ubatuba em Rede; Claudia Anaya, pelo seu trabalho com jovens na oficina de papel do Projeto Tamar; Nalva Barbosa, pelo seu trabalho como militante no movimento feminista e no Instituto da Árvore. Inês Sá, secretária do PTB, e Elton Herrerias, do Blog El Politizador fizeram a cobertura fotográfica do evento.
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
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