Para mim existe um elo entre O Guaruçá e as mulheres. Minha mãe e várias mulheres que passaram pela minha vida sempre me incentivaram a lutar pelos meus ideais e pelas coisas em que acredito. O Guaruçá, mesmo divergindo de propostas em que acredito, abriu um espaço para mim e para outros que tentam discutir os rumos e caminhos para um mundo melhor. Sempre que preciso tenho procurado o Luiz Moura e ele sempre tem atendido, exceto quando apoio o MST. Mas tenho certeza de que, se algum dia ele for visitar e conhecer o processo de construção da Escola Nacional Florestan Fernandes, em Guararema, vai olhar com outros olhos esse movimento. Portanto, neste dia que comemoramos o Dia da Mulher, também quero parabenizar O Guaruçá pelos seus sete anos de espaço aberto para as diferentes correntes de pensamento e pela sua vigilância constante em defesa da cidade. Quanto ao Dia Internacional da Mulher, um amigo me mandou pela internet um texto da jornalista Adriana Jacob Carneiro que refuta a versão mais conhecida. Segundo a sua versão “em 1910, durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague, a alemã Clara Zetkin propôs que fosse designado um dia para a luta dos direitos das mulheres, sobretudo o direito ao voto. Ou seja, o Dia Internacional da Mulher já existia antes do incêndio (*), mas era celebrado em datas variadas a cada ano. Para compreender a escolha do 8 de março, remontamos ao dia 23 de fevereiro de 1917, 8 de março no calendário gregoriano. Naquela ocasião, as mulheres de Petrogrado, convertidas em chefes de família durante a guerra, saíram às ruas, cansadas da escassez e dos preços altos dos alimentos. No dia seguinte, eram mais de 190 mil. Apesar da violenta repressão policial do período, os soldados não reagiram: ao contrário, eles se uniram às mulheres. Aquele protesto espontâneo transformou-se no primeiro momento da Revolução de Outubro. A proposta de perpetuar o 8 de março como Dia Internacional da Mulher foi feita em 1921, em homenagem aos acontecimentos de Petrogrado.” Para ela, enquanto as mulheres russas foram as protagonistas da ação, as americanas foram vítimas, juntamente com operários homens. (*) fato ocorrido nos Estados Unidos
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
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