As andanças pela cidade mostram o que o povo pensa. Quando um nome é lançado como possível ocupante de alguma secretaria, as ruas se manifestam. É imediato! Dessa forma o futuro prefeito fica sabendo o que passa pela vontade popular e toma as decisões. O processo é válido, embora lembre bastante o bode dos primeiros tempos do socialismo soviético. As famílias da corte imperial e os membros da alta burguesia tiveram as casas divididas com os que não tinham onde morar, que passaram a ocupar cômodos vazios. Virou um caos! As reclamações fizeram com que o novo governo introduzisse bodes nas casas agora "coletivas". Imaginem o que é ter um bode malcheiroso num apartamento lotado de gente de todas as matizes sociais. Depois de alguns dias de intenso sofrimento, os bodes foram retirados. O que parecia insuportável tornou-se repentinamente agradável, dadas as circunstâncias. O sistema soviético era pródigo em criar situações como essa, porém incapaz de criar riquezas. Acabou ruindo sobre a própria incompetência. Assim me parece o processo de nomeação. De um dia para o outro o nome dado como certo, repudiado nas ruas, é jogado para escanteio, surgindo outro para o lugar. Certo mesmo é que o dia 22 está próximo. Outra coisa também é certa, aparelhar a administração com o critério da amizade, como querem alguns, só vai trazer problemas. Quem trabalhou na campanha, o fez pelo bem da cidade. Vai entender se há outro melhor para ocupar o cargo que almejava. Ou estou enganado?
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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