Segundo os dicionários Luft e Aurélio, parlamentar tem origem no inglês parliament que significa câmara legislativa nos países constitucionais mais o sufixo “ar” que indica o membro do parlamento. Também significa fazer ou aceitar propostas acerca de negócios de guerra; tratar com delegação inimiga. Esses conceitos pressupõem que a sociedade é constituída por diferentes concepções e interesses. Essas diferentes concepções são representadas pelos partidos e para fazer parte do parlamento cada parlamentar precisa, por força de lei, ser membro de um partido. Isso é uma forma de dar transparência, deixar claro quais são as concepções de um candidato para o eleitor saber se representa seus interesses ou não. Esses interesses e concepções são representados pela bandeira partidária. Assim, quando um parlamentar diz que não tem bandeira, ou é ignorante ou está tentando enganar os eleitores, os cidadãos. Faz parte da democracia e da legalidade cada partido apresentar propostas e defendê-las. O vereador Americano, que já foi do PT, deveria saber disso e deveria saber que cada um não deveria ter vergonha do seu partido. Ele é parlamentar porque representa um partido ou uma bandeira. Mas há os fisiológicos que mudam de partido de acordo com os interesses pessoais, mas como fica feio dizer isso, dizem que não têm bandeira, não têm partido. E o pior é que têm essa atitude como pretexto para dizer que os que têm partido são perigosos e contra os interesses da sociedade. Isso é uma estratégia que os políticos fazem para jogar o povo contra o PT tentando isolá-lo. Como qualquer partido temos os direito de usar a casa do povo para apresentar as nossas propostas. Será que aqui, em Ubatuba, estão tentando de novo implantar a ditadura negando o direito de participação a todos? No 3º Seminário Municipal de Saneamento o vereador Americano disse que participa de tudo, desde que não haja bandeira. O que quis dizer? Cabe a ele explicitar a sua posição porque ser parlamentar é ter capacidade para dialogar com o inimigo. O parlamento foi criado justamente para substituir a força física, a violência e a barbárie. Através da fala e do diálogo se discutem os prós e os contras e se vota, ganhando a proposta que tiver mais votos e que, desta maneira se transforma em lei. A lei é um acordo de convivência entre diferentes concepções. Será que o Americano só fala inglês e não sabe português?
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
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