Os americanos poderiam considerar a possibilidade de usar o dinheiro das bombas para melhorar as condições de vida dos povos que bombardeiam. Aumentaria o número de consumidores, conseqüentemente aumentaria a venda de produtos americanos. Se o dinheiro queimado na guerra do Vietnã tivesse sido aplicado em desenvolvimento, o país seria o mais rico do sudeste asiático. Estaria comprando produtos fabricados nos Estados Unidos, dando empregos para americanos. Situação semelhante acontece no Iraque. A crise, que a cada dia torna-se mais grave e que terminará com os americanos expulsos e humilhados, como ocorreu no Vietnã, poderia não ter acontecido. Bastaria ter sido usado bom senso. Artigo raro na terra de Bush. Só a manutenção das tropas de ocupação, até junho, custará mais de US$ 300 bilhões. Muito dinheiro jogado fora. O Iraque jamais será um quintal americano, como querem Bush e seu aliado Blair. O problema começou a surgir quando a CIA derrubou Mossadegh, no Irã. Um democrata que ousou afrontar interesses petrolíferos da Inglaterra. Depois de algum tempo, o regime ilegítimo e impopular do Xá Reza Pahlevi propiciou o fortalecimento do fundamentalismo. O campo ficou fértil para os aiatolás. Saddam Hussein, que recebeu rios de dinheiro dos Estados Unidos, foi um fiel aliado na guerra contra os xiitas. Ambicioso, acabou por tornar-se inconveniente. Foi derrubado. Desde então, muito dinheiro e muitas vidas foram queimados. Para nada. A estupidez vai continuar. Até quando? Ninguém sabe.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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