23/11/2024  15h59
· Guia 2024     · O Guaruçá     · Cartões-postais     · Webmail     · Ubatuba            · · ·
O Guaruçá - Informação e Cultura
O GUARUÇÁ Índice d'O Guaruçá Colunistas SEÇÕES SERVIÇOS Biorritmo Busca n'O Guaruçá Expediente Home d'O Guaruçá
Acesso ao Sistema
Login
Senha

« Cadastro Gratuito »
COLUNISTA
Rui Grilo
26/08/2009 - 13h02
Praça BIP
 
 

Logo que chego, percebo a ausência da Bete Mourão, sempre com suas linhas e agulhas, tricotando gorros, cintos e luvas quando não está vendendo suas hortaliças. Mas o grupo da agricultura orgânica está presente. Compro meia dúzia de espigas de milho verde. São pequenas mas o sabor e a ausência de agrotóxicos compensa. Não adianta a beleza e o tamanho se carregam consigo o veneno e seus efeitos. Junto com os alimentos vejo as plantas ornamentais. Adiante, em outra banca está o Sérgio seresteiro, e logo em frente a banca de plantas, entre as quais se destacam pelas variadas cores e formas as orquídeas e begônias. Ando um pouco e vejo a Lenina do Comitê de Bacias Hidrográficas do Litoral Norte; em outra banca vejo o Julinho, que não preciso nem apresentar porque é uma das pessoas mais conhecidas e queridas da cidade.

Como cheguei tarde, na banca do Alemão só tem couve, hortelã e mentruz. Na ponta, no lado leste, próximo à Maria Alves estão os índios vendendo palmito-juçara. Percebo que o vendedor de pupunha da Itamambuca não veio. Hoje, na outra ponta, na fileira do meio, como sempre, está o vendedor de pupunha da Ressaca. Apesar das dificuldades é uma cultura que está se ampliando e garantindo aos restaurantes locais a elaboração de variados pratos. Recentemente encontrei Laís Bodansky, a diretora dos filmes “O Bicho de Sete Cabeças” e “Chega de Saudade” saboreando um palmito na brasa no Restaurante do Concha, em Itamambuca.

Tenho o costume de dar uma volta pela feira toda antes de começar a comprar. Quando voltei para a ponta, no lado da BR, vi que havia uma banca vendendo fruta-pão. Logo me veio a lembrança da Ilha de Itamaracá. Ou será que era em Paripueira, em Maceió. Estava passeando pela praia, quando vi, ao lado de um quiosque um pé de fruta-pão carregado.

Perguntei ao quiosqueiro se ele servia a fruta. Então, apanhou uma e preparou com manteiga.

Foi a primeira vez que comi, salgada e cozida, um pouco parecida com mandioca.

Penso no quanto o turismo está ligado à variação de paisagens, da flora e da fauna, de produtos culturais. Há toda uma interligação entre a economia, a geografia, a história e a cultura local e regional.

Andar pela feira, encontrar com as pessoas e admirar seus produtos, conhecendo coisas novas é uma coisa que me dá com prazer e que faço aos sábados de manhã sempre que posso. Às vezes, quando preciso conversar com certas pessoas, vou à feira porque a probabilidade de encontrá-las naquele local é quase certo. É um espaço vivo de conhecimento e socialização, onde as pessoas trocam informações e avaliam os acontecimentos da cidade.

Enquanto escolho uns quiabos, ouço a música dos Andes, de um grupo que colocou uma barraca de CDs perto do banheiro. Começo a me lembrar das filas intermináveis para comer no Mercado Municipal de Porto Alegre, durante o Fórum Social Mundial. Logo depois, o Mercado Municipal de São Paulo começou a ser reformado e se tornou um dos principais pontos turísticos de São Paulo, não só para a compra de alimentos e frutas, originários do mundo todo, mas também pela possibilidade de saborear lanches e pratos à la carte que representam a variedade de povos e culturas que construíram essa cidade.

Quando ia a Belo Horizonte, não deixava de visitar o Mercado Municipal. Em um programa de TV, vi uma reportagem mostrando-o como um dos lugares mais visitados da capital mineira, justamente pela possibilidade de conhecer os produtos típicos de Minas.

Penso que a Praça BIP, não tem sido considerada como merece quando se pensa nos atrativos turísticos de Ubatuba, com a vantagem de ser coberta mas sem paredes laterais, o que possibilita a bela visão da serra. Nela encontramos não só produtos de Ubatuba mas de toda a região, especialmente de São Luiz do Paraitinga.

A presença dos músicos vendendo seus CDs me lembrou a possibilidade da Fundart instalar um palco permanente para apresentação dos músicos e grupos locais, especialmente aqueles ligados à música caipira. Acho que essa seria uma das medidas que, junto com a melhor divulgação e criação de outros atrativos poderiam garantir uma maior continuidade do fluxo turístico, contribuindo para a criação de postos de trabalho e geração de renda.


Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
PUBLICIDADE
ÚLTIMAS PUBLICAÇÕES SOBRE "UBATUBA"Índice das publicações sobre "UBATUBA"
30/12/2022 - 05h40 Biblioteca de Ubatuba reabre em janeiro
29/12/2022 - 06h34 3ª etapa do Circuito Filipe Toledo Kids On Fire
28/12/2022 - 06h42 Assistência Social divulga campanha em Ubatuba
27/12/2022 - 07h39 E nas areias de Ubatuba... (CDXLIX)
27/12/2022 - 07h37 Inscrições para estágio na Prefeitura de Ubatuba
26/12/2022 - 07h47 IPTU 2023 em Ubatuba
ÚLTIMAS DA COLUNA "RUI GRILO"Índice da coluna "Rui Grilo"
23/11/2017 - 06h27 Projeto de vigilância comunitária no Perequê-Açu
24/10/2017 - 06h21 Chega de cocô na praia
17/10/2017 - 07h18 Ninguém do Ipiranguinha
28/09/2017 - 06h48 Perequê-Açu, em Ubatuba, pode virar Massaguassu
18/09/2017 - 07h19 Semar constrói ilhas de calor no centro de Ubatuba
10/01/2017 - 08h04 Quando o dia chegar
· FALE CONOSCO · ANUNCIE AQUI · TERMOS DE USO ·
Copyright © 1998-2024, UbaWeb. Direitos Reservados.