Ontem assisti à sessão da Câmara, gostei da vinheta de abertura, calma, tranqüila. Depois prestei atenção ao discurso do vereador Gerson (Biguá) de Oliveira, que colocou em pauta um problema de todos. Em certas emergências a Santa Casa de Ubatuba fica devendo. O vereador Dr. Ricardo Cortes, presidente da Câmara, confirmou as deficiências. Ficou claro que o problema foi abordado circunstancialmente, alguém próximo ao vereador sofreu um acidente e o atendimento não foi satisfatório. Caso a vítima fosse um cidadão anônimo poderia ter morrido e ninguém ficaria sabendo. Anônimos são importantes na hora do voto, depois retornam à sua insignificância, continuam anônimos. Quando o problema é próximo, ou seja, uma emergência médica atinge um parente ou um amigo, alguém que importa para nós, então a dimensão das carências se torna real. Um dia algum poderoso vai precisar de atendimento de emergência. É da Lei das Probabilidades, se existe a chance de um evento ocorrer, ocorrerá, a única variável indefinida é o tempo. Pode ser amanhã ou demorar anos. A Saúde não deve, em princípio, ser tratada politicamente. Funcionando a contento impulsiona carreiras políticas, caso contrário pode afundar pretensões e frustrar planos. Antes de ser ministro da Saúde o governador José Serra perdeu a eleição para prefeito de São Paulo. Depois de uma bem sucedida carreira no ministério tornou-se prefeito e governador do Estado. Hoje é o favorito para a sucessão de Lula. Em uma cidade com quase cem mil habitantes é fundamental a existência de um hospital capaz de atender a qualquer tipo de emergência. A qualquer hora.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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