"Nós só queremos ajudar. Ele não sabe o que está acontecendo." Esse era o tom das falas da base aliada do prefeito na sessão de 28/04. Daí pode-se concluir que, se a base aliada está dizendo isso, é porque a situação está preta e alguém está falando o contrário. E se eles descobrirem que há algo errado e que a população está sendo prejudicada não vão fazer nada? Não vão tomar as medidas necessárias? Não vão exercer a obrigação constitucional de fiscalizar o executivo? Em outra sessão havia estranhado o fato do vereador Gerson Biguá usar a tribuna para reclamar do tratamento que vinha recebendo por parte de alguns assessores do prefeito. Nesta, as críticas foram sendo acrescentadas pelos vereadores Rogério Frediani, Mauro Barros e Romerson (Mico). Foram sendo elencados casos em que os vereadores foram destratados por funcionários, como ocorreu com o vereador Gerson, na Santa Casa. Os vereadores também têm sido questionados pela população sobre várias questões, como o caso do transbordo do lixo, do cancelamento do contrato da Verdurama e contratação de uma nova firma sem que os vereadores possam dizer qualquer coisa porque não têm sido consultados ou informados pelo executivo. Neste caso, muitos funcionários ficaram sem receber obrigações trabalhistas, sendo a Prefeitura responsável pelo cumprimento das obrigações. O vereador Mauro Barros questionou o fato da Prefeitura não estar cumprindo suas obrigações no que se refere ao atendimento dos portadores de necessidades especiais, lei que foi votada e aprovada pelo próprio prefeito quando era vereador. Para Frediani, parece que, por não poder se reeleger, atiçou a concorrência, uma luta quase fratricida para ver quem vai substituir o prefeito, paralisando a Prefeitura. De certa maneira, essa manifestação contradiz o meu artigo anterior “A herança do Clodovil”, porque não esperava que essa rebelião fosse ocorrer tão cedo e tão escancarada. Vamos ver se esses questionamentos vão servir para que a população tenha um melhor tratamento, para que se esclareça as causas desses problemas e que os responsáveis respondam pelos seus atos.
Nota do Editor: Rui Alves Grilo é professor da rede pública de ensino desde 1971. Assessor e militante de Educação Popular.
|