Sou contra a mudança da frase "Ordem e Progresso" da bandeira brasileira. O senador Eduardo Suplicy quer incluir a palavra amor. "Amor, Ordem e Progresso". É muita bandeira. Vai dar a falsa idéia de que o Brasil não é um país sério. Vai parecer que as pessoas daqui só pensam em carnaval, futebol, bunda e cerveja, não pela ordem. Aliás, eu gostaria de ouvir do senador se houve mesmo o encontro com Jesus Cristo, no aeroporto de Paris, em 1968. Sobre o que conversaram? Em que língua? Por que depois do encontro o senador tirou a roupa? Ou foi antes? Tendo a obrigação de traduzir um texto do francês, procurei a ajuda de um amigo. É notável a complexidade das regras de acentuação do segundo idioma dos trotskistas brasileiros. Dos ricos, por óbvio. Há muitas palavras acentuadas, inclusive com dois acentos. Felizmente, para os franceses, as regras de acentuação não mudam. São as mesmas há mais de duzentos anos. No Brasil, mudaram no início da década de 1970. Vivem ameaçando mudar outra vez. Sou contra isso, melhor deixar a gramática quieta.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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