Pois é, mais uma nave traz notícias nada alvissareiras de Marte. Não há homenzinhos verdes, Mino o amigo marciano do Bolinha não é marciano. Deve ser venusiano. Ou quem sabe saturnino, há muitos deles por aqui, gostam de usar anéis. Segundo os dados enviados pela sonda Phoenix, num passado longínquo existiu água líquida em Marte, mas tão salgada que a vida não floresceu. Enfim, é melhor aguardar mais informações, quem sabe existam outras formas de vida que se adaptem a águas salgadas e atmosferas rarefeitas. Ontem fiquei surpreso com um comentário que me lembrou que eu não me entusiasmei com a chegada do homem à Lua. De fato, naquele momento acreditei que fosse mais um movimento no tabuleiro de xadrez da Guerra Fria, eu não via como a façanha se traduziria em melhores condições de vida para os terráqueos. Errei em parte e acertei noutro tanto, as viagens tripuladas à Lua perderam o sentido, mas os benefícios decorrentes das pesquisas para levar o homem ao nosso charmoso satélite são evidentes. Os computadores por exemplo, sem eles a vida hoje seria quase impossível e sem as viagens espaciais não teriam se desenvolvido. Eu sempre fui cético em relação a governos, tenho minhas razões para pensar assim. Com o fim da Guerra Fria todos imaginavam que os gastos militares diminuiriam e sobraria dinheiro para tornar menos espinhosa a vida dos que transitam abaixo de padrões mínimos de dignidade humana, parte considerável dos passageiros da nave Terra. Não foi o que aconteceu, o orçamento militar dos Estados Unidos continua monstruoso. Para nada, não há inimigos que possam destruir o Império. As armas acabam ficando obsoletas e assim milhões de dólares vão para o ralo. Minha esperança de ver os marcianos chegando para por ordem na casa vai se esvanecendo como a fumaça que se esgarça no ar. Não há marcianos. Ainda bem que o presidente Bush não vai tentar o terceiro mandato.