Sobre as eleições municipais vou tocar num ponto que considero da maior importância. O sistema de reeleição não é imparcial, leva vantagem quem está no poder. Em ano eleitoral cada reunião de bairro vira reunião política, quando não comício. Tudo dentro da lei, ninguém é candidato, todos falam em nome da democracia. Os custos são altos, quando o poder público organiza as reuniões o povo paga. Os candidatos, ops, ato falho, os pré-candidatos que não detém mandatos precisam ter dinheiro para enfrentar a pré-campanha, fase que estamos vivenciando. O Brasil é a terra da hipocrisia, todos fingem não estar em campanha e a Justiça finge que vai punir quem fizer campanha fora de hora. Capice? Uma vez feitas estas considerações, vamos aos fatos. O Prefeito não está a passeio, quer continuar no cargo, gostou do poder e o está usando para permanecer com a caneta por mais quatro anos. E tome reuniões, com associações de bairros, quilombolas, associações de servidores etc. etc. Tudo dentro da mais absoluta legalidade. E os oponentes? O principal adversário de Eduardo Cesar é Paulo Ramos, que há um ano vem trabalhando nos bairros, de norte a sul, do Itaguá ao Ipiranguinha, principalmente no Ipiranguinha. Esse trabalho que eu tive a oportunidade de presenciar em algumas ocasiões, nem parece político, Paulo sequer se apresenta como candidato, mais parece um pregador que solicita aos fiéis confiança e esperança. Ele fala em mudanças. Mudanças? Partindo de Paulo Ramos? Foi isso que eu ouvi e estou reproduzindo aos meus leitores. Paulo Ramos que já foi vereador, vice-prefeito e prefeito em duas oportunidades, fala em mudanças. Claro, desde que seja indicado pelo PDT, partido do qual é presidente, como candidato a prefeito. O PSDB ainda não se definiu. He, He, He, parece brincadeira, mas os tucanos estão indecisos. Barrabás! Ainda não sabem se vão de Caribé ou de Charles. Outro ato falho. Há um terceiro litigante na liça, Pedro Tuzino. Minhas prévias são parciais, não conheço todos que vão votar domingo, são trinta e três. Consultei dez, cinco afirmaram que vão votar em Caribé, outros cinco em Charles, falta consultar vinte e três. Melhor esperar domingo, embora hoje eu vá xeretar a última reunião dos emplumados bicudos. Comendo o mingau pelas beiradas temos Maurício Moromizato, do PT e Tato, do PTB, são noivas cobiçadas, têm dote e casamento se faz com dote. Eu imagino que o quadro vá ter mudanças, política é momento, sempre haverá um novo ator adentrando ao palco e alguns saindo pela coxia. O jogo está apenas começando, a partir de segunda-feira pra valer. Dentro da lei, todos fingindo. Shhh. Fala baixo!
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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