No dia 14 de setembro de 1987 um barquinho singrava o mar azul nas proximidades desta terra tão bonita e dadivosa. De repente os alegres tripulantes do Solana Star, navio pertencente a empresa Compal Investimentos S.A., foram avisados que a Polícia Federal e a Marinha do Brasil tinham conhecimento da maconha que levavam nos porões. Entraram numa "bad trip", desligaram o som de Menescal e Bôscoli, engoliram os baseados e despejaram nas costas do Rio de Janeiro e São Paulo 20.000 latas com 1,5 kg de maconha prensada com mel e glicose. A Cannabis Índica era mais forte, mais eficiente, um verdadeiro "tapa na moleira" e mudou o panorama odara. Depois das latas ou "Da lata" como ficou rotulado o evento, nossos "bichos-grilos" souberam finalmente o que é estar "pra lá de Bagdá". Assim como as camisas lavadas com Rinso ficam mais brancas, o maluco que fuma o "da lata" fica mais chapado. A polícia só conseguiu recuperar cerca de 2.500 latas, com isso o verão ficou caracterizado como "Verão da Lata", em alusão à qualidade do produto ofertado por Netuno, ótima segundo experts consultados. Em Ubatuba as latas batiam na praia e sumiam como que por encanto. Dizem que até hoje existem algumas enterradas por aí. Os caras abriam uma, fumavam do conteúdo e enterravam as demais. Onde mesmo?
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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