Em 510 a.C. os atenienses derrubaram o tirano Hípias e tomaram providências para evitar que outros do mesmo naipe tomassem o seu lugar. Como impedir que alguém de fala mansa e cheio de esperteza assumisse o poder, para depois não cumprir as promessas de campanha e apenas cuidar de encher os bolsos e dilapidar o patrimônio público? Simples, criaram uma eleição. Não para escolher quem iria governar, mas sim para definir quem era perigoso o suficiente para ser afastado por um tempo. Isso mesmo, os atenienses passaram a ter o direito de depositar em uma urna o nome dos políticos perigosos e, portanto, nocivos ao bem estar comum. Com seis mil votos o vivente era exilado. Ficava fora de Atenas repensando a vida. Depois de cumpridos dez anos estava apto a voltar e normalmente era recebido calorosamente. O exílio não tocava nas propriedades nem era extensivo aos familiares, era apenas uma forma de tirar o gato de perto do canário. Uma bela solução, se adotarem alguma coisa parecida em Ubatuba sugiro que o afastamento dure vinte anos. É o tempo que uma certa malta está roendo a carniça. Está na hora de pensar em algo novo.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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