Ontem, a convite do arquiteto Renato Nunes fui à reunião do CMD, (Conselho Municipal de Desenvolvimento). No instante em que lá cheguei o assunto era a Ilha dos Pescadores. A Prefeitura pretende fazer um concurso público para escolher o projeto de urbanização da Ilha. É uma boa notícia, essa é a forma mais democrática de tratar intervenções em logradouros públicos, tendo como critério o mérito. O melhor projeto vence. Estou falando em tese, estamos no Brasil, sempre há um jeitinho de premiar alguém que ajudou na campanha ou um ex-adversário convertido recentemente. Na verdade a tese não se aplica a Ubatuba, onde as coisas acontecem de forma transparente, como todos sabem. Exatamente por isso não há o que temer. Vamos ter finalmente uma Ilha dos Pescadores atendendo aos anseios da comunidade. Um pequeno senão. Falta definir os parâmetros que nortearão os projetistas, o não é tarefa simples. Cabe ao organizador do concurso estabelecer o que pode ser feito, levando em conta os muitos requisitos legais e sociais que há. Trata-se de uma tarefa delicada que vai demandar tempo e dedicação. O tempo, fator crucial na empreitada é curto. Ou a prefeitura trabalha depressa ou a coisa ficará para a próxima gestão. Um fator preocupante é a pouca afluência de membros do Conselho às reuniões. Ontem, por exemplo, não houve quorum para votações, o que eu soube, tem acontecido com freqüência. Escutei dos presentes, a maioria secretários municipais, que providência serão tomadas para que isso não volte a acontecer. Fiquei pensando com meus botões: por que não fizeram antes? O governo está no terceiro ano e só agora é que perceberam? Outro assunto que deveria ter sido discutido e deliberado referia-se à urbanização da região do Itaguá, que interessa a grupos estrangeiros que se dispõem a investir em Ubatuba. Pelo andar da carruagem os gringos vão acabar escolhendo outra cidade. A minha impressão sobre a reunião, que na verdade não produziu resultados palpáveis, é que a prevalecer a velocidade com que as decisões são tomadas e postas em prática, a Ilha vai continuar como está por muito tempo. Quando eu saía de casa para honrar o compromisso com o meu amigo Renato, chegou um e-mail me avisando da reunião do COMUS, que aconteceria na mesma hora. Sobre a questão da Saúde falaremos mais tarde.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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