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COLUNISTA
Sidney Borges
04/07/2006 - 18h08
Sem perdão
 
 

Barbosa jamais foi o mesmo depois do gol de Gighia no desastre de 1950. Alguém tinha de levar a culpa, é assim a natureza humana. Meu avô que gostava de futebol nunca criticou abertamente o goleiro. Ele simplesmente o ignorava, era como se nunca tivesse existido. Barbosa não merecia tal tratamento, mas assim é o futebol, esporte que dá a glória e a tira e quando tira é definitivo, sem chance de reabilitação. Eu cresci com a geração de 58, vitoriosa, guerreira, batalhadora, geração que deu exemplo de luta, determinação, vontade. O mundo aprendeu a admirar a arte futebolística do Brasil através de Garrincha, Pelé, Nilton Santos, Amarildo e tantos outros que ganhavam e perdiam, mas nunca perdiam a dignidade, a honra, quando caíam o faziam em pé. Há quem reclame do uso do futebol pelo governo ditatorial. Tentativa houve, mas nunca colou. O povo jamais foi totalmente enganado, obviamente sempre há o coro dos contentes puxando o saco de quem está no poder, outra característica humana. O povo gosta de futebol. Será sempre assim, seja o governo de direita, de esquerda ou algo do gênero Sarney. Na época das primeiras vitórias estávamos distantes dos anos de chumbo da ditadura. Conhecemos o prazer de adentrar aos domínios sagrados do Olimpo em plena era JK, onde a liberdade era total. E ainda assim festejamos. E como festejamos. Até hoje tenho na ponta da língua as músicas dedicadas ao feito heróico da Suécia. Quase meio século depois fico feliz por ter tido a sorte de ver o futebol brasileiro no seu esplendor. Como as coisas mudam. Desta Copa nada haverá para recordar, o que é ruim devemos apagar da mente. Ainda que escribas pagos a peso de ouro continuem tecendo loas aos craques que vendem produtos Nike, a imagem que ficará na cabeça das crianças é de derrota. Elas jamais esquecerão a decepção na cara dos pais dos irmãos, dos tios. Os pequenos são sensíveis. Não era uma festa? Por que essa cara? Ao tentar nos espezinhar os argentinos acabaram encontrando a denominação correta para a seleção do fiasco, aliás, o maior fiasco da história do futebol brasileiro. "MerdeAmarela", assim mesmo, sem espaço entre as palavras e com o merde em francês, para que ninguém esqueça que em um jogo contra a França a honra do futebol brasileiro foi manchada para sempre. De merda.


Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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