Futebol é esporte e como tal requer habilidade, força, resistência e explosão. Os grandes atletas são feitos de criatividade e condicionamento físico. Dou dois exemplos, Pelé e mais recentemente Maradona. Este, aliás, é responsável por um trauma que adquiri em relação à Argentina. Jamais esquecerei daquele jogo fatídico da Copa de 1990. Com um time nitidamente superior passamos noventa minutos martelando o gol e as traves argentinas. Num lance que ao nascer parecia sem perigo prevaleceu a genialidade do craque. Maradona atraiu a defesa brasileira e deixou Caniggia na frente do gol. Como é amarga a derrota. A Copa foi vencida pela Alemanha com um time apenas razoável. O futebol moderno é feito de velocidade, de deslocamentos e troca de posições, de força física mais do que nunca. Mas não da força bruta dos levantadores de peso, bovinamente inertes, lentos, paquidérmicos. Futebol é leveza, picardia, sensibilidade, malícia. É por isso que temo pelo Brasil. Com os dois postes queridos de Parreira, Ronaldo e Adriano, plantados na frente, esperando o bonde Lapa passar, poderemos deixar escapar o que é nosso por direito. A Copa do Mundo.
Nota do Editor: Sidney Borges é jornalista e trabalhou na Rede Globo, Rede Record, Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo (Suplemento Marinha Mercante) Revista Voar, Revista Ícaro etc. Atualmente colabora com: O Guaruçá, Correio do Litoral, Observatório da Imprensa e Caros Amigos (sites); Lojas Murray, Sidney Borges e Ubatuba Víbora (blogs).
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