O Deputado Boarnerges Jesuíno Pantoja protocolou, na Câmara, projetos de lei que instituem como feriados nacionais as seguintes datas: Dia do fabricante de espantalhos Nas palavras do Deputado Pantoja, “é estarrecedor o fato de que, em pleno século 21, ainda há quem pense que espantalho é tudo a mesma coisa. Para cada lavoura há espécies específicas de aves que destroem a plantação. Assim, é responsabilidade do fabricante de espantalhos desenvolver bonecos cujo peso, altura, estilo e cores de vestimenta possam de fato afastar os pássaros daninhos que ameaçam esta ou aquela lavoura. É sabido, por exemplo, que espantalhos com chapéus de palha e com cachimbo na boca performam melhor em cultura de milho do que na de feijão, e que espantalhas de saia vermelha são mais eficazes nas hortas de couve do que nas de rabanete. Trabalhar de sol a sol nesta fundamental empreitada é missão estafante e pouco reconhecida, da qual depende o crescimento do agronegócio brasileiro”, finaliza Boanerges. Dia do flanelinha bilíngue “Fadado até o momento à informalidade, e atuando à margem da seguridade social, o flanelinha bilíngue vive um verdadeiro flagelo neste Brasil de injustiças. Estes trabalhadores, cuja fluência em dois ou até mais idiomas se dá de forma autodidata, merecem muito mais que a merreca arrecadada nos semáforos de Brasília”. Assim se pronunciou o Deputado Boanerges em seu discurso na última sessão plenária. Ele arrematou dizendo: “se sozinho não posso quadruplicar os rendimentos desta sofrida classe, que pelo menos possamos criar um dia a eles dedicado”. Dia do vereador nomeador de ruas “O vereador nomeador - ou nomeante - de ruas é outro herói desprezado”, afirma o laborioso parlamentar. Nada mais justo que estes abnegados, que passam mandato após mandato não fazendo outra coisa a não ser homenagear as trajetórias e os feitos alheios, sejam também homenageados com ruas que levem seus nomes, quando de seu falecimento. Seria o reconhecimento dos municípios a eles que, de velório em velório, vão prometendo às famílias enlutadas uma alameda, um busto de praça, um mictório de rodoviária ou mesmo uma pinguela com o nome do finado. Segundo o nobre Deputado Boanerges, há pequenas cidades no interior do Piauí onde 100% dos mortos viram nomes de logradouros públicos antes da missa de sétimo dia, fato que comprova a presteza e a diligência administrativa destes servidores do povo. Esta é uma obra de ficção.
Nota do Editor: Marcelo Pirajá Sguassábia é redator publicitário em Campinas (SP), beatlemaníaco empedernido e adora livros e filmes que tratem sobre viagens no tempo. É colaborador do jornal O Municipio, de São João da Boa Vista, e tem coluna em diversas revistas eletrônicas.
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