A noite caindo e era de breu, sem lua e sem estrelas e eu a observá-la. Pensei em mistérios... Mistérios que por medo da verdade viverei e morrerei sem conhecê-los. O barulho do vento era irritante, o que não me permitia conciliar o sono. Levantei e fui até a varanda, nela, deixada por esquecimento uma rede armada, a quem eu atribuía a condição de uma guardadora de sonhos, de pensamentos desconexos, de fantasmas, que se aproveitam das sombras da noite para tentar desvendar os meus segredos. Céu escuro, nuvens densas, chuva fina e eu querendo me fazer poeta, poeta feito Jorge Fernandes, de escrever poemas parnasiano, versos metrificados, rimas contadinhas nos dedos... Rimando amor com dor; maldade com saudade; c’est fini com não estás mais aqui...
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