Se ela soubesse que penso nela todos os dias. Se ela soubesse que não foram poucas as vezes em que me peguei imaginando beijar os seus desenhados lábios. E que sei de cor a geografia do seu corpo. Se ela soubesse que fico imaginando o nosso apaixonado entrelaçar de dedos em passeios no parque. E que suspiro por ela a cada dormir do sol. Ah! Se ela soubesse... Se ela soubesse que gosto de ouvir Marisa Monte e Djavan. E que por ela até aprenderia a tocar violão para alegrá-la nos dias cinzentos. E que eu adotaria um visual para combinar com a sua elegância discreta. Se ela soubesse que o calor do meu corpo a aqueceria nas noites gélidas do inverno. E que nos dias de calor, explorar o azul do mar seria o nosso destino. E que aceitaria um amor às escondidas, sem menções ou fotos em redes sociais. Estar aconchegado ao seu lado é o que importaria. Se ela soubesse dos percalços fascinantes da minha história e que estou preparado para confortá-la junto ao peito diante das despedidas inevitáveis da vida. E que para entrar na sua onda “saúde”, eu até faria um esforço e acompanharia as suas corridas diárias pelas ruas que miram um horizonte infinito. E que flores coloririam o nosso dia a dia e a fragrância dos melhores perfumes aromatizaria os nossos sentimentos. Se ela soubesse que, intimamente, sou capaz de despertar o seu mais belo sorriso e que sei que a felicidade está escondida nas coisas simples da vida. E que, pasmem, eu abriria mão do futebol na televisão nas quartas-feiras só para estar com ela. E que tenho a sensibilidade à flor da pele e fiquei com os olhos marejados assistindo “A culpa é das estrelas”. E que até sucumbiria ao seu duvidoso gosto de olhar o “Esquenta” aos domingos. Ah! Se ela soubesse... Se ela soubesse que vê-la fascinante será a minha recompensa por esperar pacientemente durante horas as suas mil experimentações de roupas antes de sairmos. E que participaria de seus compromissos sociais mais enfadonhos com sorriso no rosto só por estar ao seu lado. E que ressaltaria as suas virtudes aos quatro ventos e lhe perdoaria a cada involuntário deslize. E aceitaria as suas teses de filosofia de vida tiradas de livros de autoajuda... Ah! Se ela soubesse! Por ela, eu aprenderia a dançar elegantemente e a dominar a arte do carteado. E que a minha memória não deixaria passar nenhuma data marcante do nosso calendário íntimo. E que compreenderia todos os meses as suas oscilações de humor durante a TPM. E que, como um adolescente apaixonado, lembraria o meu amor todos os dias. Eu seria o mais perfeito ser que já chegou perto da perfeição! Dentre tantas, soubera silenciosamente raptar o meu coração... Ah! Se ela soubesse que eu faria tudo isso só para tê-la ao meu lado... Se ela soubesse... Talvez, me quisesse... Um dia, quem sabe, eu tomo coragem e desnudo a minha alma para ela!
Nota do Editor: Rodrigo Ramazzini é cronista.
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